Os resíduos humanos poderiam se tornar um elemento vital para transportes aéreos. Ao menos é o que está nos planos da Wizz Air, companhia aérea da Hungria, que afirma ter chegado a um acordo com uma empresa britânica para trabalhar na produção de combustível de aviação sustentável a partir de dejetos humanos.
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A empresa de biocombustíveis Firefly Green Fuels desenvolveu um processo que converterá resíduos de esgotos em combustível de aviação sustentável.
A Firefly afirma que espera começar a fornecer a fonte de energia com baixo teor de carbono por volta de 2028, e chegou a um acordo com a filial da Wizz Air sediada no Reino Unido para fornecer até 525 mil toneladas de combustível durante um período de 15 anos.
Como resíduos humanos serão transformados em combustível de aviação sustentável?
- A Firefly vai receber, de uma empresa de biossólidos, amostras retiradas do seu processo de tratamento de águas residuais.
- Com posse desse produto, cientistas poderão desenvolver o combustível.
- A produção utiliza cerca de 70% menos carbono do que o combustível de aviação convencional.
- Os combustíveis tradicionais não devem deixar de ser usados, mas o combustível da Firefly pode ser usado numa mistura máxima de 50% com querosene – sem a necessidade de quaisquer modificações nos motores a jato.
O combustível sustentável é significativamente mais caro de produzir do que o combustível de aviação convencional, contudo, especialistas por trás do processo baseado em resíduos humanos estão esperançosos que os benefícios justificarão os custos.
Embora o presidente-executivo da Firefly, James Hygate, admita em um comunicado que os biossólidos são “algo nojento”, ele também ressalta que são um ótimo recurso.
“Estamos transformando esgoto em combustível de aviação. Não consigo pensar em muitas coisas que sejam mais legais do que isso”, disse ele à imprensa.
Paul Hilditch, diretor de operações da Firefly, diz que o combustível poderia ajudar a indústria da aviação a reduzir as suas emissões de carbono.
“Há biossólidos suficientes no Reino Unido para mais de 200 mil toneladas de combustível sustentável. Isso é suficiente para satisfazer cerca de metade da procura obrigatória em 2030”, diz o executivo.
Hilditch também está esperançoso com o futuro deste tipo de combustível, explicando que não é apenas o Reino Unido que pode utilizá-lo: “Em qualquer lugar do mundo onde haja pessoas, há cocô”.
A Firefly está em processo de obtenção de aprovação regulatória oficial para que seu sistema seja usado para abastecer aeronaves em um futuro próximo. A Wizz Air espera poder abastecer pelo menos 10% dos seus voos com o combustível até 2030.
O uso do combustível de dejetos humanos agradaria o governo do Reino Unido, já que pelo menos 10% de todo o combustível utilizado pelas companhias aéreas do Reino Unido deve ser produzido a partir de matérias-primas sustentáveis até 2030.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/04/19/carros-e-tecnologia/avioes-movidos-a-coco-e-o-projeto-desta-empresa-de-aviacao/