20 de setembro de 2024
Compartilhe:

Com a menor intenção de votos entre os prefeitos de capitais que buscam a reeleição, o prefeito de Teresina, Dr. Pessoa (PRD), lidera o índice de rejeição entre os candidatos das maiores cidades do Brasil. Levantamento doGlobo, baseado nas mais recentes pesquisas da Quaest sobre as eleições em 23 capitais, revelou que apenas 5% do eleitorado teresinense apoia a continuidade de seu mandato, enquanto 79% dos entrevistados na pesquisa realizada no final de agosto rejeitam sua gestão.

A administração de Dr. Pessoa tem sido marcada por uma crise grave na área da saúde, com escassez de médicos e falta de pagamento a funcionários terceirizados. Além disso, ele gerou controvérsia no primeiro debate das eleições de 2024, organizado pela Band, ao dar uma cabeçada em seu adversário, Francinaldo Leão (Psol), resultando em uma denúncia formal contra o prefeito.

Em Teresina, quem lidera a corrida pela prefeitura é o ex-secretário municipal de saúde, Silvio Mendes (União Brasil), com 46% das intenções de voto. Mendes tem o apoio do ex-prefeito Firmino Filho (PSDB).

Outro destaque no ranking de rejeição é o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (Psol), que busca a reeleição com 15% das intenções de voto, mas enfrenta rejeição de 69% do eleitorado. Sua administração foi abalada pela chamada “crise do lixo”, quando a coleta de resíduos foi prejudicada por uma dívida superior a R$ 15 milhões com as concessionárias responsáveis pelo serviço.

Candidatos sem mandato executivo também registram índices de rejeição superiores a 50%. Em São Paulo, o apresentador licenciado José Luiz Datena (PSDB) não é opção para 51% dos eleitores, enquanto em Belém, o deputado bolsonarista Delegado Éder Mauro (PL) iguala esse índice.

Em Curitiba, o ex-senador Roberto Requião (Mobiliza) também enfrenta rejeição de 51%, atribuída, segundo ele, à sua longa carreira política e ao fato de ter sido candidato pelo PT na última eleição. Sua equipe acredita que, com sua saída do partido, os eleitores curitibanos passarão a reconhecer sua independência e compromisso com a boa política.

— Eu fui prefeito, eu fui governador e fui senador. Interesses contrariados fizeram uma campanha contra mim sistemática, porque eu não apareço nas rádios e na televisão — argumentou Requião.

Para a equipe do candidato, a saída do ex-petista do partido fará com que os curitibanos consigam “enxergar a independência de Requião, bem como seu compromisso e coerência com a boa política, com a coisa pública e com o povo de Curitiba”.

Além de Edmilson Rodrigues, outros nomes do campo da esquerda se destacam no ranking. Em Porto Alegre, a deputada federal Maria do Rosário (PT) está empatada tecnicamente com o prefeito em intenções de voto, mas tem 48% de rejeição. Ao jornal, seu coordenador de campanha, Cícero Balestro, atribuiu o índice à divulgação de notícias falsas.

— Tem uma rejeição que é a rejeição ao PT de uma parcela conservadora, e o resto são as fake news. Nós vamos trabalhar quem é Maria do Rosário de verdade e estamos muito confiantes que mostrando os atributos, vai reduzir (a rejeição) — afirmou.

Outro caso é do ex-deputado federal Marcelo Ramos (PT), que concorre à prefeitura de Manaus. Na capital amazonense, também 48% dos eleitores dizem que não votariam no petista em outubro.

Empatado tecnicamente na liderança da disputa de São Paulo, o deputado Guilherme Boulos (Psol) aparece com taxa de 45% no indicador, ainda segundo levantamento da Quaest. Na capital paulista, o candidato aliado do presidente Lula enfrenta dois nomes do campo da direita, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o ex-coach Pablo Marçal (PRTB), que disputam o espólio de Jair Bolsonaro (PL) na cidade. Ambos têm rejeição um pouco menor, de 39% e 35%, respectivamente.

Entre políticos de partidos nanicos, chama atenção os casos de Cyro Garcia (PSTU), no Rio, rejeitado por 43% dos eleitores, e Lourdes Melo (PCO), que não é uma opção para 53% dos entrevistados pela Quaest em Teresina. O nome do PSTU já disputou outras nove eleições para diferentes cargos. Já Lourdes Melo viralizou no pleito de 2022, quando concorreu ao governo do Piauí ao participar de um debate. Na ocasião, a candidata se irritou com o mediador do debate, que pedia que ela seguisse as regras. “Você quer me calar?”, respondeu Lourdes Melo.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/prefeito-de-teresina-lidera-lista-de-candidatos-mais-rejeitados-no-pais-datena-e-requiao-figuram-na-lista-nacional-com-51/