20 de setembro de 2024
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Durante a cerimônia de posse do novo secretário estadual de Polícia Civil, o governador Cláudio Castro (PL) elevou o tom das críticas ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD). Desde o início da campanha eleitoral, os dois vêm trocando acusações sobre as responsabilidades e os problemas relacionados à segurança pública na cidade e no estado, um dos principais temas das eleições. Nesta sexta-feira (6), Castro acusou Paes de utilizar a polícia como ferramenta política em suas disputas eleitorais. Segundo ele, a polícia do Rio é uma das mais sérias do país:

— Não vou deixar que avacalhem a nossa polícia por causa da política. E aí um recado a quem tá usando a polícia de bandeira eleitoral. Estou falando diretamente ao prefeito Eduardo Paes. Faça o seu trabalho e não chame a polícia de incompetente. Incompetente é quem por 12 anos deixou as milícias desse estado crescerem e aparecerem e financiar ela no poder político. Não vai falar que o problema é da polícia, não. Vai trabalhar e sair da internet e respeitar a polícia, porra — disse Castro.

Mais cedo, Eduardo Paes usou as redes sociais para criticar a troca no comando da Polícia Civil. Ele compartilhou a coluna Segredos do Crime que revelou os bastidores da exoneração do ex-secretário Marcus Amim. Um dos motivos seria a iminente conclusão do processo administrativo que poderia resultar na demissão do delegado Maurício Demétrio. Castro nega que isso tenha tido influência na decisão de exonerar Amin.

Na postagem, Paes lembrou que uma das acusações sobre Demétrio é ter tentando armar uma operação contra ele nas eleições de 2020.

Em 23 de novembro daquele ano, às vésperas do segundo turno, Demétrio, por intermédio de um advogado, fez chegar ao conhecimento ao então delegado da Polícia Federal Victor Cesar Carvalho dos Santos, atual secretário de Segurança Pública do Rio, a notícia de que, no dia seguinte, um portador entregaria a Paes dinheiro de origem desconhecida. Em depoimento, Victor Cesar Santos disse que desistiu da operação ao saber quem era a fonte.

Nas mensagens, Demétrio mandou uma foto do suposto envelope que seria entregue, com notas de R$ 50 e R$ 100. Os promotores descobriram que foi o próprio delegado que tirou a foto de um dos seus 12 celulares.

“Incrível que com tantas condenações ele não tenha sido expulso da Polícia. Quero crer que uma eventual ‘proteção’ a ele não tenha qualquer relação com as mudanças recentes no comando da Civil”, escreveu Paes nesta sexta-feira.

Com informações de O Globo.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/castro-eleva-o-tom-nas-criticas-a-eduardo-paes-que-tem-atacado-politica-de-seguranca-do-estado/