24 de novembro de 2024
Queda de avião da Voepass: “Bastante gelo“, relatou copiloto pouco
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Relatório parcial divulgado nesta sexta-feira (6) pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) revelou que o copiloto do avião da Voepass (2283), Humberto de Campos Alencar e Silva, de 61 anos, relatou “bastante gelo” minuto antes da queda da aeronave em Vinhedo, no interior de São Paulo.

Ainda segundo o Cenipa, indicadores de gelo foram acionados no painel da aeronave. Esse, no entanto, ainda não é o relatório final.

A formação de gelo nas asas da aeronave foi uma das hipóteses levantadas por especialistas que poderiam explicar a queda da aeronave na época.

A queda da aeronave matou 62 pessoas, sendo 58 passageiros, no dia 9 de agosto.

O que aconteceu no acidente, segundo o Cenipa

As informações foram apresentadas pelo Coronel Freud, que disse que a investigação verificou que a aeronave estava navegável, de acordo com os padrões pré-estabelecidos pela FAB. A última manutenção da aeronave foi realizada no dia do acidente. A aeronave era habilitada em voar em condições de gelo. A comissão de investigação concluiu que os pilotos também tinham treinamento para voar sob condições de gelo.

O órgão concluiu que as condições meteorológicas do voo estavam disponíveis para os pilotos, e previam a presença de gelo durante o trajeto entre Cascavel (PR) e Guarulhos (SP).

Linha do tempo do voo

Avião saiu de Cascavel, às 11h58.

Após a decolagem, o Ice Detector é acionado às 12h15, desligando um minuto depois.

A aeronave, às 13h05, fez o primeiro contato com o espaço aéreo, em São Paulo.

Às 13h18, a luz Cruise Speed Low foi acionada, coincidindo na mudança de comunicação, quando o piloto passa a falar com o controle de aproximação. O sistema antigelo é desligado um minuto depois.

Ainda às 13h18, o piloto informou que estava apto para “começar a descer”. O representante do Cenipa disse que o comando de tráfego solicitou que a aeronave continuasse na mesma altitude, por conta de congestionamento aéreo na região. O avião da Voepass voava sob 17 mil pés.

Às 13h20, o copiloto diz “bastante gelo”, quando o sistema antigelo voltar a ser acionado. O controle de aproximação permitiu o direcionamento da aeronave a partir de 13h20, possibilitando o posicionamento.

Às 13h21, o comando de aproximação perdeu o contato com a aeronave por queda na altitude. A investigação concluiu que nenhuma comunicação foi realizada, por parte da aeronave, para informar problemas. É possível ouvir barulhos do avião em decorrência de turbulências.

Às 13h23, o avião caiu.

Relembre o caso

Um avião da Voepass, antiga Passaredo, caiu no início da tarde do dia 09/08 em Vinhedo, no interior de São Paulo. O voo 2283 saiu de Cascavel (PR) e iria para Guarulhos. O avião acidentado, prefixo PS-VPB, é um ATR 72-500, cuja capacidade total é de 74 pessoas, sendo 62 passageiros. Este foi o sexto acidente aéreo mais letal da história do Brasil. 

As investigações são conduzidas pela Força Aérea Brasileira (FAB), através do Cenipa. O processo passa por diversas etapas de perícia, elaboração e apresentação de relatório, além de avaliação de causas e responsabilidades.

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/queda-de-aviao-da-voepass-bastante-gelo-relatou-copiloto-pouco-antes-da-queda-revela-cenipa/