Pela primeira vez em sua história, o Maranhão na Tela — patrocinado pelo Google, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura — exibirá um filme de abertura inédito em todo o Brasil. Trata-se do longa-metragem Malês, dirigido por Antonio Pitanga.
Para Mavi Simão, realizadora do Festival, o fato do Maranhão na Tela ter em sua noite de abertura um filme nunca visto pelo público é histórico e motivo de muita comemoração.
“Eu sempre sonhei ter a honra de homenagear Antônio Pitanga e esse sonho está se realizando para muito além do que jamais imaginei, pois vem junto com esse marco para história do Maranhão na Tela, que é exibir pela primeira vez um filme dessa importância”.
Encabeçada por africanos muçulmanos, chamados de Malês, a rebelião aconteceu no final do Ramadã, celebrado em janeiro pelo Islã. Após o fracasso da revolta, os manifestantes foram duramente punidos e a repressão contra os negros no Brasil aumentou.
No longa, Antonio Pitanga interpreta Pacífico Licutan, um dos líderes do levante que reforçava a importância da participação de diferentes tribos e religiões para o sucesso da revolta e o fim da escravidão.
O filme também apresenta os outros nomes reais envolvidos na rebelião, como Ahuna (Rodrigo de Odé), Manuel Calafate (Bukassa Kabengele), Vitório Sule (Heraldo de Deus) e Luís Sanim (Thiago Justino), além de personagens fictícios que retratam dramas reais, como Dassalu (Rocco Pitanga), Sabina (Camila Pitanga) e Abayome (Samira Carvalho).
O filme é uma produção de Flávio Ramos Tambellini, da Tambellini Filmes, com produção associada de Cacá Diegues e Lázaro Ramos, em coprodução com a Globo Filmes, Obá Cacauê Produções,Ganzazumba Produções eRioFilme, e distribuição da Imovision.
A estreia nos cinemas nacionais está marcada para 14 de novembro.
Sinopse
Malês é uma jornada de resistência e coragem, ambientada na vibrante Salvador de 1835. Durante seu casamento, dois jovens muçulmanos são arrancados de sua terra natal na África e vendidos como escravos no Brasil.
Separados pelo destino cruel, ambos lutam para sobreviver e reencontrar-se, enquanto se vêem envolvidos na maior insurreição de escravizados da história do Brasil: a Revolta dos Malês.
A carreira de Antonio Pitanga
Um dos atores favoritos de Glauber Rocha, Antônio Luiz Sampaio foi rebatizado Antônio Pitanga por causa de seu primeiro trabalho cinematográfico: Bahia de Todos os Santos (1960), de Trigueirinho Neto.
Estudou arte dramática na Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia. Depois do filme de Trigueirinho, atuou numa produção estrangeira, A estrada do Amor (1960), de Wolfgang Schleif, e em seguida fez seu primeiro trabalho com Glauber Rocha, Barravento (1961).
Ainda com Glauber fez Câncer (1972), teve uma breve aparição em Terra em Transe (1967), participou de Di (1977), curta-metragem premiado em Cannes, e interpretou o Cristo negro de A idade da Terra (1979). Trabalhou com Carlos Diegues em Ganga Zumba, rei dos Palmares (1965), Quando o Carnaval Chegar (1972), Joana Francesa (1973) e Quilombo (1984).
Baiano de 1938, em mais de 60 anos de carreira, atuou em 30 filmes e dirigiu um, Na Boca da Noite (1978). Entre outros títulos em que trabalhou destacam-se: O Pagador de Promessas (1962), de Anselmo Duarte, Compasso de Espera (1973), de Antunes Filho, Jardim de Guerra (1968/72), de Neville D´Almeida, A mulher de Todos (1969), de Rogério Sganzerla, e Ladrões de Cinema (1977), de Fernando Coni Campos.
*Da assessoria | João Carlos
Créditos das imagens – Divulgação
Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2024/09/males-longa-com-antonio-pitanga-dirigindo-os-filhos-camila-e-rocco-estreia-no-maranhao-na-tela/