20 de setembro de 2024
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O apoio da oposição à candidatura de Davi Alcolumbre (União-AP) ao comando do Congresso está encaminhado e passa pelo compromisso de colocar em votação a anistia aos presos de 8 de janeiro, afirma Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. O tema está em discussão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e vem enfrentando resistência do governo Lula. Se o projeto for aprovado pelos deputados, o plano é garantir que a proposta siga o mesmo caminho no Senado.

– A maioria do bloco já está (fechada com Davi). O caminho é seguir com ele, porque ele está tratando dessa forma: vai respeitar a proporcionalidade e entende a importância da anistia – diz.

O projeto, que ainda precisa superar a CCJ para avançar na Câmara, prevê que todo os envolvidos nos atos antidemocráticos sejam anistiados, incluindo financiadores e apoiadores. O argumento é que os manifestantes agiram sob “efeito manada” e que a proposta é importante para garantir a “pacificação política”.

O acordo de Flávio com Alcolumbre não contempla, contudo, o avanço do pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O magistrado virou alvo preferencial da oposição, porque é relator de investigações envolvendo o ex-presidente e seus aliados.

– Davi não fala nem que sim nem que não sobre o impeachment (de Moraes). Ele fala: “O presidente não sou eu, então, não vou me posicionar agora”. Acho difícil ele fazer – diz Flávio.

Filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro e um dos principais articuladores do bolsonarismo no Congresso, Flávio diz que não vale a pena tentar uma candidatura da direita para concorrer com Alcolumbre e que os demais nomes colocados como pré-candidatos até agora, como de Soraya Thronicke (Podemos-MS), não têm aderência com a oposição ao governo Lula.

Para Flávio, além das conversas com Alcolumbre, há um cenário positivo para o avanço de projetos da direita na próxima legislatura. Ele conta com o aumento da bancada bolsonarista no Congresso a partir de 2026.

– Temos 34 assinaturas (de senadores) pelo impeachment (de Moraes). Num cenário em que passamos a ter 41 senadores 100% alinhados com a gente (número de votos necessários para aprovar início do processo), como acho que vamos fazer, Davi (Alcolumbre) terá que passar dois anos muito bem alinhado com as nossas pautas para merecer o nosso apoio de novo lá na frente, numa tentativa de reeleição dele em 2027. O cenário é favorável. Já fiz as contas: dos 81 senadores, podemos chegar a 54 de largada na próxima eleição, que é o número cravado para aprovar o impeachment de ministro do Supremo (o correspondente a dois terços do Senado).

Com informações de O Globo

Fonte: https://agendadopoder.com.br/apoiar-alcolumbre-para-presidencia-do-senado-inclui-votar-anistia-do-8-de-janeiro-diz-flavio-bolsonaro/