Pesquisadores descobriram uma espécie pré-histórica de crocodilo que viveu onde hoje é Catanduva, no interior de São Paulo. A nova espécie foi chamada de Epoidesuchus tavaresae e viveu na região há 85 milhões de anos.
A primeira parte do nome da nova espécie pode ser traduzida do grego antigo para “crocodilo mágico”. É que o município paulista é conhecido como “Cidade Feitiço”. Já a segunda parte homenageia a paleontóloga Sandra Tavares, do Museu de Paleontologia de Monte Alto (SP) – onde as espécies foram deixadas após sua descoberta.
“Espécies? Mas não era só uma?” Calma, vamos por partes.
Fósseis de crocodilo pré-histórico estavam misturados com fósseis de outra espécie
O pesquisador e paleontólogo Fabiano Vidoi Iori explicou, em entrevista ao G1, que os fósseis do hoje chamado Epoidesuchus tavaresae foram encontrados juntos aos de outra espécie, a Caipirasuchus catanduvensi (“crocodilo caipira”), em 2011.
- Eles apareceram durante as obras de duplicação da Rodovia Comendador Pedro Monteleone (SP-351), após a remoção de uma rocha.
No caso da nova espécie de crocodilo pré-histórico, os fósseis encontrados eram, principalmente, partes do crânio e da mandíbula.
A princípio, acreditava-se que eram de uma espécie já descrita na literatura. Mas o professor Felipe Montefeltro, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Ilha Solteira (SP), notou singularidades.
O próximo passo foi o trabalho, em parceria com alunos, de descrição morfológica e análise filogenética.
- Descrição morfológica analisa a forma e a estrutura dos organismos;
- Análise filogenética investiga relações de parentesco entre espécies.
O que rendeu a classificação de nova espécie: o rosto alongado do crocodilo ser diferente suficiente das espécies descritas até então.
O que o estudo descobriu: a nova espécie era de um crocodilo carnívoro que viveu no período Cretáceo e cujo comprimento chegava a quatro metros.
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Iori explicou que a história dos crocodilos geralmente associa rostos alongados a hábitos aquáticos. Isso significa que o “crocodilo mágico” e o “crocodilo caipira” podiam estarem processo de adaptação à ocupação de ambientes aquáticos.
Um artigo sobre a pesquisa que descobriu a espécie Epoidesuchus tavaresae foi publicado numa revista científica internacional em agosto de 2024.
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