27 de setembro de 2024
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O candidato do PRTB Pablo Marçal entrou com uma ação na Justiça contra José Luiz Datena (PSDB) em que pede indenização de R$ 100 mil por danos morais em razão da cadeirada que o apresentador de TV deu no ex-coach durante o debate da TV Cultura entre os postulantes à prefeitura de São Paulo, no último dia 15, informa Malu Gaspar em sua coluna no jornal O GLOBO.

Na ocasião, Datena atingiu Marçal com uma cadeira em uma cena transmitida ao vivo, após uma série de provocações de Marçal que incluíram insinuações sobre uma acusação de assédio sexual contra o apresentador (que acabou arquivada pela Justiça), além do uso de uma gíria comum nas prisões para definir estupradores.

Na petição protocolada no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) nesta quinta-feira (26), o coordenador jurídico da campanha, Paulo Hamilton Siqueira Junior, afirma que a agressão foi premeditada e que provocou “efeitos devastadores” na esfera moral, física e psicológica, além de “constrangimento e humilhação pública” ao candidato do PRTB. De acordo com o advogado, Marçal sofreu uma fratura no sexto arco costal e uma lesão no punho direito e teve sua imagem pública severamente afetada.

Na ação, os advogados de Marçal também acusam Datena de “uso da força bruta para calar um adversário político” e de “afronta direta ao processo democrático, colocando em risco a integridade do debate público, bem como a segurança dos demais candidatos e o direito do eleitorado de assistir a discussões eleitorais pautadas pelo respeito mútuo e pela troca de ideias” .

Essa é a segunda ação da campanha de Marçal contra Datena por causa da cadeirada. Na semana passada, os advogados do candidato do PRTB apresentaram à Justiça Eleitoral uma notícia-crime contra o rival do PSDB em que pedem que ele seja investigado e punido pelo crime de injúria – mas não fazem nenhuma menção ao registro de candidatura do adversário.

Logo depois do debate, o ex-coach afirmou que entraria com um pedido de cassação do registro, mas sua equipe abandonou a ideia depois de constatar que a agressão não era uma infração prevista na lei eleitoral.

Datena, por sua vez, também já entrou com oito ações contra Marçal em razão de “agressões à honra e acusações verbais” feitas durante o debate. O advogado do apresentador, Eduardo Leite, alega que a cadeirada foi um gesto de legítima defesa e diz que isso será demonstrado no processo. Leite afirma que também vai entrar com novas ações de dano moral com pedido de indenização contra Marçal.

Desgaste com o eleitorado

Um dos efeitos diretos do episódio foi uma queda nos índices de intenção de votos de Marçal nas rodadas de pesquisas do Datafolha e da Quaest nos dias seguintes, especialmente nos nos estratos onde o ex-coach é mais forte – homens, jovens, evangélicos e eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro, o tombo foi de cinco a oito pontos percentuais.

Em grupos focais de campanhas adversárias montados para monitorar o debate da TV Cultura em tempo real, uma parcela alguns eleitores chegaram a considerar que Marçal armou um “jogo de cena” para cima de Datena, visto como um “herói” por parte dos entrevistados. Muitos eleitores de Marçal se sentiram envergonhados com o deboche nas redes e acharam que ele não deveria ter abandonado o debate.

Para tentar reverter a repercussão negativa, Marçal disse que a ideia de levá-lo em uma ambulância para o hospital foi de sua equipe e que poderia ter ido correndo se quisesse. Afirmou ainda ter considerado a cena “patética”, e disse que “quase demitiu” a pessoa de sua equipe que fez o vídeo.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/marcal-processa-datena-e-pede-indenizacao-de-r-100-mil-por-cadeirada/