Cansada de caminhar na direção errada, a população de Timon decidiu seguir o fluxo dos ventos e das águas do rio Parnaíba, após perder tempo demais acreditando em promessas vazias de um modelo de gestão falido. Enquanto isso, o povo sofre com o abandono de suas necessidades mais básicas, especialmente na saúde e educação, áreas que, além de receberem os maiores repasses do governo federal, são fundamentais para promover transformações reais.
Essa oligarquia que se instalou em Timon escravizou a população com um modelo perverso e retrógrado, semelhante ao dos antigos senhores de engenho. Movidos apenas por sua ambição de poder, pouco se importam com quem vai morrer ou sobreviver, nos corredores dos hospitais de urgência em Teresina.
Em Timon, num passado distante, o chefe da oligarquia prefeito, foi agraciado com o título de “amigo da criança”, uma homenagem que se tornou vazia diante de denúncias de trabalho escravo infantil em sua administração pouco tempo depois. A realidade dos jovens de Timon é desoladora: muitos chegam ao ensino médio sem saber ler ou escrever, carregando a frustração de não conseguir um emprego digno. Isso não apenas aprofunda o ciclo de pobreza, mas também alimenta a crescente violência urbana na cidade.
A situação é evidente para todos, exceto para quem se recusa a enxergar.
A prefeitura não aguenta mais o nepotismo, funcionários fantasmas e o desperdício de recursos, como no caso da máquina de ressonância magnética que foi paga durante anos sem jamais ser utilizada, enquanto as filas por exames crescem.
Diante de tudo isso, não surpreende o deputado Rafael tenha tomado atitude correta para não ter seu nome ligado a essa organização criminosa instalada em Timon, que só envergonha as pessoas de bem.
Impor um destino ao filho de acordo com a vontade do pai é um pensamento ultrapassado e retrógrado, algo inaceitável nos dias de hoje por razões mais que justificáveis.
Entretanto, Timon ainda vive os horrores das senzalas em pleno século XXI.