Sempre que falamos em Inteligência Artificial, é importante destacar que, por trás do robô ou da Alexa que seja, existe uma espécie de CPU atuando. Os chips de IA têm um papel central no desempenho dessa nova tecnologia. São responsáveis pelo treinamento da máquina, por exemplo.
Apesar de ascendente, esse mercado enfrenta uma dificuldade hoje. Não existem tantas empresas assim que ofereçam chips de IA competitivos. Algumas big techs, como Amazon e Microsoft, até projetaram seus próprios processadores, mas elas definitivamente entraram um pouco tarde na corrida.
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Para você ter uma ideia, a Nvidia detém 90% do mercado de chips usados para Inteligência Artificial. É uma senhora fatia! Em agosto, a companhia relatou que sua receita nos três meses encerrados em julho mais que dobrou em relação ao ano anterior. Os lucros também saltaram quase três vezes no mesmo período.
Ou seja, tem demanda, tem muito dinheiro rolando, mas não tem concorrência. É nesse contexto que surge uma startup chamada Cerebras. A empresa do Vale do Silício não é tão nova assim (foi fundada em 2016), mas começou a crescer mesmo só em 2020.
Hoje, ela possui alguns clientes, uma parte pequena do mercado, mas tem aspirações bem grandes: quer enfrentar a líder Nvidia. Para isso, a Cerebras acaba de entrar com um pedido de IPO (oferta pública inicial). Traduzindo, ela vai abrir seu capital e começar a vender ações na Bolsa. A Cerebras planeja listar suas ações na Nasdaq Stock Exchange sob o símbolo CBRS.
Uma proposta diferente
- A pergunta que fica é: mas como uma empresa relativamente pequena vai enfrentar a gigante Nvidia?
- A Cerebras aposta em um chip um pouco diferente…
- Sabe aquela ideia que a gente tem de ‘quanto menor o chip, mais poderoso ele deve ser’?
- Nessa startup é o contrário.
- Eles desenvolveram o maior chip de computador do mundo, que é quase 56 vezes maior do que um tradicional.
- Como dá para ver pela imagem, o negócio é do tamanho de um prato de comida!
- E, segundo a Cerebras, ele é bastante superior em relação aos outros.
- Mais potente, ele seria capaz de treinar sistemas de IA entre 100 e 1.000 vezes mais rápido do que os hardwares atuais.
- É claro que um chip desse tamanho não cabe dentro de um robô humanoide, por exemplo.
- Mas esse não é o objetivo da startup.
- Os engenheiros por trás do chip acreditam que ele pode ser usado em grandes centros de dados e ajudar a acelerar o progresso da Inteligência Artificial em quase tudo.
- E esse quase tudo inclui desde carros autônomos até assistentes digitais falantes, como a Alexa da Amazon.
- Agora vem a parte difícil: convencer o mercado de que esses chips grandes são, de fato, melhores.
Mercado aquecido, mas temeroso
O hype em torno da IA continua alto no mercado, mas muitas empresas que poderiam dar o passo além e entrar com o IPO não o fizeram ainda.
Segundo levantamento da Ernst & Young, apenas 82 companhias abriram o capital nos Estados Unidos no primeiro semestre deste ano. O motivo para essa cautela é a eleição presidencial de novembro.
Ou seja, a Cerebras foi duplamente ousada: ao querer enfrentar a Nvidia e ao abrir o capital agora, há alguns meses da disputa entre Donald Trump e Kamala Harris.
A Cerebras também está entre as primeiras empresas de IA a abrir o capital desde que a OpenAI lançou seu ChatGPT no final de 2022.
As informações são do jornal The New York Times.
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