Dados do TESS, o telescópio “caçador de exoplanetas” da NASA, apontaram descoberta surpreendente: um sistema formado por três estrelas orbitando umas às outras no menor tempo já registrado. A trajetória dura apenas 25 dias, superando o recorde anterior de 33 dias.
A revelação foi possível graças às observações do TESS por grupo formado por astrônomos profissionais e amadores, além da inteligência artificial (IA).
Pesquisadores usaram dados do “caçador de exoplanetas” e IA para descoberta
Os astrônomos usaram as cintilações de luz das estrelas para identificar o trio. Isso porque o sistema é quase plano à nossa perspectiva e, quando uma das estrelas cruza as outras, ela bloqueia a luz, como um eclipse. Essa oscilação é a técnica usada pelo TESS para encontrar exoplanetas e outros corpos celestes no Espaço.
Então, os astrônomos usaram aprendizado de máquina para filtrar os dados do TESS que continham esses padrões de escurecimento. De acordo com a NASA, uma equipe menor de cientistas usou a IA para filtrar ainda mais os resultados em busca de casos peculiares galáxia afora.
Segundo Saul Rappaport, professor emérito de física no MIT em Cambridge (Inglaterra) e um dos autores do estudo sobre a descoberta, eles estavam procurando “assinaturas de sistemas compactos multi-estrelas, estrelas pulsantes incomuns em sistemas binários e objetos estranhos”. Então, encontraram o trio de estrelas.
Veja como foi o processo:
Trio de estrelas tem órbita em tempo recorde
O trio estelar está localizado na constelação de Cygnus e foi chamado de TIC 290061484. Ele contém conjunto de estrelas gêmeas orbitando uma à outra a cada 1,8 dias. A terceira estrela, por sua vez, orbita o par em apenas 25 dias.
Esse tempo é o menor período orbital externo para esse tipo de sistema. O anterior era de 1956, com a identificação de uma terceira estrela que orbitava o par interno em 33 dias.
Veselin Kostov, cientista pesquisador do Goddard Space Flight Center da NASA e líder do estudo, explicou o que essa descoberta significa:
Graças à configuração compacta e de ponta do sistema, podemos medir as órbitas, massas, tamanhos e temperaturas de suas estrelas. E podemos estudar como o sistema se formou e prever como ele pode evoluir.
Veselin Kostov, cientista da NASA e autor do estudo
Outras descobertas sobre o trio de estrelas
O estudo, publicado este mês na revista The Astrophysical Journal, fez mais revelações sobre o trio de estrelas:
- Apesar da configuração apertada (as órbitas são menores do que a área da órbita de Mercúrio ao redor do Sol), o trio é provavelmente muito estável. Isso significa que a gravidade das estrelas não perturba corpos ao redor;
- Os cientistas acreditam que as estrelas se formaram juntas a partir do mesmo processo de crescimento, o que, provavelmente, impediu que planetas se formassem nos arredores;
- A única exceção seria no caso de um planeta distante orbitando as três estrelas como se fossem uma;
- Para Rappaport, as elas são inabitáveis.
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