A meta do Compromisso Global de Metano estabeleceu uma redução de emissões do gás em 30% até o final da década. O acordo surgiu em 2021 e foi assinado por mais de 150 nações.
Entretanto, pesquisas mais recentes mostram que, na verdade, as emissões de metano (CH4) não tem caído, e sim aumentado, segundo artigo do The Conversation. As concentrações atmosféricas estão crescendo de forma mais rápida do que em qualquer outro momento desde que registros começaram a ser feitos há 40 anos.
Conforme dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, mesmo quando as emissões de dióxido de carbono diminuíram durante os bloqueios da pandemia de 2020, o metano continuou a aumentar.
A agricultura é a fonte predominante de emissão do gás metano. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o esterco e as liberações gastroentéricas dos animais são responsáveis por cerca de 32% das emissões de metano causadas pelo ser humano.
Existem outras fontes de metano agrícola que não envolvem os animais, como cultivo de arroz em casca, que é responsável por 8% das emissões relacionadas às atividades humanas. Nesse caso, os campos inundados dificultam que o oxigênio penetre no solo e criam um ambiente propício para surgimento de bactérias que liberam CH4
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Qual o impacto do gás metano?
Depois do dióxido de carbono, o gás metano é o que mais contribui para o aquecimento global entre os gases do efeito estufa. As atividades humanas emitem menos metano do que dióxido de carbono, mas o primeiro é 80 vezes mais eficaz do CO2 na retenção de calor nas duas primeiras décadas após atingir a atmosfera. Já nos primeiros cem anos, o metano é 27 vezes mais potente que o dióxido de carbono.
Enquanto o dióxido de carbono está associado com maior força ao aumento da temperatura global a longo prazo, o CH4 aquece a Terra de forma intensa logo após ser emitido.
De acordo com os últimos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o metano é responsável por cerca de 0,5ºC de aquecimento. Desde a era pré-industrial, o planeta já esquentou 1,2ºC. As concentrações atmosféricas do metano observadas recentemente são consistentes com cenários que preveem um aumento de 3ºC na temperatura do planeta até 2100.
Como a redução da emissão do CH4 pode ajudar o planeta?
Reduzir a quantidade de metano na atmosfera permite ganhar tempo para desacelerar o aquecimento global, já que o dióxido de carbono é uma molécula mais estável, que retém calor por milhares de anos até ser absorvido pelo oceano ou pelas plantas.
Na agricultura, é possível obter reduções rápidas a partir aditivos de rações que reduzem o metano expelidos por vacas, ovelhas, cabras e búfalos. Nos arrozais, uma das soluções é a drenagem.
Além disso, há iniciativas já bem estabelecidas para capturar o metano em aterros sanitários e utilizá-los para a produção de energia ou calor.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/10/11/ciencia-e-espaco/como-gas-metano-piora-a-emergencia-climatica/