23 de novembro de 2024
UNICEF
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Foto: Divulgação/UNICEF

Neste Dia das Crianças, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) faz um importante alerta: no Brasil, 12,2 milhões de crianças e adolescentes vivem sem acesso adequado ao esgotamento sanitário, e 2,1 milhões não têm acesso adequado à água. Essa situação os expõe a graves riscos, comprometendo sua saúde e afetando seu desenvolvimento físico, educacional e social. Para sensibilizar sobre o problema, o UNICEF lançou uma campanha com o Ratinho, personagem do Castelo Rá-Tim-Bum, com o objetivo de arrecadar fundos para projetos que promovam o acesso à água, saneamento e higiene para meninos e meninas.

Os dados sobre a falta de água e esgoto foram levantados pelo UNICEF com base no Censo Demográfico de 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As maiores carências estão em áreas vulneráveis, agravando as desigualdades sociais e ampliando a vulnerabilidade das crianças e adolescentes, com impactos de longo prazo, como problemas de saúde e dificuldades no desempenho escolar.

Segundo o relatório, os desafios de acesso à água e saneamento são mais graves no semiárido nordestino e na região amazônica. Quando observada a questão racial, quase 70% das crianças e adolescentes sem acesso adequado ao esgotamento sanitário são pretas ou pardas. A situação entre crianças indígenas também é alarmante: 25% não têm acesso adequado à água e 48% vivem sem saneamento básico. Esses números estão alinhados com dados divulgados recentemente pelo IBGE, que apontam que mais de um milhão de indígenas, entre crianças e adultos, vivem em condições precárias de saneamento no Brasil.

Rodrigo Resende, Oficial de Água, Saneamento e Higiene do UNICEF no Brasil, destaca que “o acesso seguro à água e ao saneamento é um direito humano, reconhecido pelas Nações Unidas desde 2010. A falta desse acesso impacta diretamente o bem-estar e o desenvolvimento pleno das crianças e adolescentes, além de ampliar as desigualdades sociais, especialmente no contexto da pobreza multidimensional. Fortalecer políticas públicas que garantam o saneamento básico é essencial para avançar nos objetivos de desenvolvimento sustentável e garantir que ninguém fique para trás.”

Globalmente, cerca de 600 milhões de crianças viverão em regiões com escassez extrema de água até 2040, de acordo com um relatório do UNICEF intitulado “Thirsting for a Future”. O estudo alerta sobre os impactos na saúde e na sobrevivência infantil, apontando as mudanças climáticas, o aumento da demanda por água e a má gestão dos recursos hídricos como fatores que agravam essa crise.