16 de outubro de 2024
Alerj aprova projeto que torna bateria da Mocidade patrimônio cultural
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O plenário da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) aprovou nesta quarta-feira (16/10), em segunda discussão, o projeto de lei que torna a bateria da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel patrimônio cultural imaterial do estado. O texto agora segue para análise do governador Cláudio Castro, que tem 15 dias para sancionar ou vetar a proposta.

A chamada bateria “Nota 10” ganhou fama entre as décadas de 1960 e 1970 por conta do seu comandante, José Pereira da Silva, o famoso Mestre André Foi ele, com seu apito implacável, que criou a “paradinha” dos ritmistas, hoje executada por todas as demais escolas – na foto acima, o cantor e compositor Andrezinho, filho do mestre André.

“A sonoridade da bateria eterniza o axé do terreiro de Tia Chica, mãe de santo do bairro onde a escola foi fundada, nos anos 1950, responsável por conceder a benção a cada ritmista antes de qualquer ensaio ou desfile. Foi a Tia Chica que escolheu as cores verde e branca do pavilhão da escola”, explica o deputado Luiz Cláudio Ribeiro (Republicanos), autor do projeto, que terá que passar por mais uma votação em plenário.

Mestre André, por sinal, era filho de santo e ogã no terreiro de Tia Chica. A pedido da matriarca, ele criou um batuque para saudar Oxóssi, o padroeiro da Mocidade. Foi baseado no ritmo do agueré que ele incorporou a batida à caixa de guerra da escola, característica que a diferencia das demais agremiações.

“São valores intangíveis como esse, que reverenciam as conexões com nosso território e espiritualidade, que tornam a bateria uma síntese da riqueza cultural do estado, demonstrando a presença de diversos atores sociais nessa construção simbólica que transcende os limites de Padre Miguel e da Sapucaí”, argumenta.  

Fonte: https://agendadopoder.com.br/alerj-aprova-projeto-que-torna-bateria-da-mocidade-patrimonio-cultural-imaterial-do-estado/