23 de novembro de 2024
Novo tratamento contra leucemia pode passar por aranha assustadora
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As aranhas costumam figurar na lista de animais que a maioria das pessoas têm medo. Essas pequenas criaturas de oito patas, porém, podem ser importantes aliadas no tratamento da leucemia. É o que indica uma pesquisa realizada aqui no Brasil.

Cientistas do Instituto Butantan e da Sociedade Beneficente Israelita Albert Einstein descobriram que o veneno de uma espécie de caranguejeira (chamada Vitalius wacketi) pode eliminar células cancerígenas.

Antes que as pessoas saiam por aí caçando caranguejeiras pelo litoral de São Paulo, é importante destacar que as experiências foram feitas isolando um componente desse veneno. Ou seja, tomar uma picada não vai ajudar em nada no tratamento contra esse tipo de câncer.

Os pesquisadores do Butantan sintetizaram a substância em laboratório para obter a molécula de poliamina – um tipo de toxina abundante no veneno da Vitalius wacketi. Em seguida, ela foi purificada pelo grupo do Einstein para remover possíveis contaminações e potencializar seus efeitos. Os testes mostraram que essa molécula foi capaz de matar células de leucemia.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a projeção para o período de 2023 a 2025 é de 11.540 novos casos de leucemia no Brasil  (Imagem: Ridofranz/iStock)

Ainda são necessários mais estudos

  • Os pesquisadores estão bastante animados com essa descoberta;
  • Isso por que a ação do composto foi mais suave em relação aos tratamentos que existem atualmente;
  • Segundo o UOL, os especialistas afirmam que a molécula eliminou as células tumorais por apoptose, espécie de morte celular programada;
  • É como se fosse uma morte mais limpa, diferentemente da quimioterapia, por exemplo, que mata essas células por necrose;
  • A notícia, portanto, é muito boa;
  • Os pesquisadores, no entanto, ainda pregam cautela;
  • Explicam que os testes forem bem-sucedidos apenas em ambiente laboratorial e em pequena escala;
  • São necessários agora novos estudos para confirmar essa hipótese em seres humanos e na vida real;
  • Além disso, eles querem ampliar as experiências para além da leucemia – farão testes também em células do câncer de pulmão e de ossos;
  • Eles pretendem ainda submeter o composto a uma análise junto a células saudáveis para garantir que a molécula não é tóxica.

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o número de novos casos de câncer aumente 77% até 2050, em relação aos 20 milhões de casos registrados em 2022 (Imagem: Ebrahim Lotfi/Shutterstock)

Outra aranha, mais cura

Esse não é o primeiro caso recente de uma pesquisa nacional que usa veneno de aranha para o tratamento de um câncer.

A gente trouxe em abril, aqui no Olhar Digital, um outro texto falando sobre um estudo da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual de Campinas (FCF/UNICAMP).

Esses pesquisadores relacionaram um composto do veneno da armadeira (Phoneutria nigriventer) a um tratamento efetivo contra o câncer de mama. Você pode ler mais sobre o assunto neste link.

O post Novo tratamento contra leucemia pode passar por aranha assustadora apareceu primeiro em Olhar Digital.

Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/10/18/medicina-e-saude/novo-tratamento-contra-leucemia-pode-passar-por-aranha-assustadora/