Ele foi muito anunciado como o “Cometa do Século”, mas o máximo que se pode dizer sobre o brilho do objeto C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) é que foi o maior da década. Isso porque o corpo celeste não superou a luminosidade do cometa McNaught, que passou em 2007 – o que acabou frustrando as altas expectativas depositadas.
De qualquer forma, ele ganhou a atenção da mídia este ano, oferecendo visões espetaculares em seus dois momentos de visibilidade (entre 15 e 28 de setembro, nos céus da manhã, e depois do dia 10 de outubro, ao cair da noite).
Se você não conseguiu testemunhar a rocha espacial brilhante e gelada vinda dos limites do Sistema Solar, não é tarde demais. No entanto, você precisa ver logo, já que o objeto está prestes a se despedir da nossa vizinhança – para retornar apenas daqui a 80 mil anos (ou nunca mais).
De acordo com o site Space.com, é provável que o cometa continue observável a olho nu após o pôr do Sol no oeste até (e possivelmente durante) o fim de semana. Depois disso, provavelmente poderá ser visto apenas com um par de binóculos pelo resto de outubro e início de novembro, quando passará então a ser necessário um telescópio.
Cometa C/2023 A3 é o mais luminoso dos últimos 14 anos
Em 2 de outubro, o cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) atingiu uma magnitude de 0.4, superando o famoso C/2020 F3 (NEOWISE) (magnitude pico de 0.9), de 2020. Lembrando que quanto mais brilhante um corpo parece, menor é o valor de sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o objeto mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27
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Desde que voltou de um “mergulho” no brilho do Sol, em meados da última semana, ele passou a ficar mais visível no Hemisfério Norte, onde centenas de pessoas já relataram suas observações a olho nu. No entanto, também há relatos e registros no Hemisfério Sul, especialmente em regiões mais próximas à linha do equador.
Ao passar perto do Sol, no fim do mês passado, o cometa C/2023 A3 aqueceu sua coma de poeira e gelo. O calor faz o gelo evaporar rapidamente, liberando poeira no espaço, criando uma longa e brilhante cauda. Com ela, o cometa já tem 21° de comprimento, o que corresponde a cerca de 42 vezes o tamanho do disco da lua cheia.
Previsões para a visibilidade nas próximas semanas
14-20 de outubro:
- Magnitude: entre 0.5 e 1.7, com perda gradual de brilho.
- Posição: afastando-se do Sol, tornando-se mais fácil de observar.
- Visibilidade: a olho nu à noite, cerca de uma hora após o pôr do Sol.
- Fenômeno adicional: possibilidade de ver uma anti-cauda, um rastro brilhante que parece apontar para o Sol.
20-31 de outubro:
- Magnitude: entre 1.9 e 3.9.
- Posição: movendo-se pela constelação de Ophiuchus, relativamente alto no céu do sudoeste.
- Visibilidade: requer binóculos ou telescópios para melhor observação.
- Fenômeno adicional: a cauda do cometa pode crescer rapidamente durante este período.
Novembro:
- Magnitude: entre 4 e 8.
- Visibilidade: ainda visível à noite, especialmente no Hemisfério Norte, onde estará mais alto após o pôr do Sol.
Dezembro:
- Magnitude: entre 8 e 10.
- Posição: movendo-se mais perto do Sol, ficando mais baixo no horizonte.
- Visibilidade: restrita ao Hemisfério Norte, não será visível no Hemisfério Sul.
Como observar o “Cometa da Década”
Atualmente, o cometa se encontra na constelação de Ophiuchus, aparecendo nos primeiros minutos após o pôr do Sol, acima do horizonte a oeste.
Você pode usar um aplicativo de observação astronômica para localizá-lo com mais facilidade, como o Star Walk 2, por exemplo. Abra o aplicativo e toque no ícone da lupa no canto inferior esquerdo da tela. Em seguida, digite “C/2023 A3” e toque no resultado da pesquisa. O aplicativo mostrará a posição atual do cometa no céu para a sua localização. Aponte seu dispositivo para o céu e siga a seta branca para encontrá-lo.
É sempre bom ressaltar que, quanto menos poluição luminosa tiver e quanto mais aberto for o campo de visão, maiores as chances de visualizar – e registrar – o cometa. Boa sorte!
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