26 de novembro de 2024
Por que o cigarro eletrônico pode matar?
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Com o intuito de substituir o cigarro convencional e passando a ideia de ser menos nocivo para a saúde, o cigarro eletrônico ou vape é um dos produtos mais consumidos pelos jovens. Contudo, a análise de sua composição e notícias de casos graves de usuários revela que o vaporizador é tão perigoso para a saúde quanto o cigarro comum.

Não é à toa, que no dia Mundial do Tabaco em 2024, a Fundação do Câncer lançou o #movimentovapeOFF. O alerta foi para chamar atenção para o uso excessivo do vape, que aumentou 600% nas Américas, nos últimos seis anos, de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

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Cigarro eletrônico pode matar?

Composição do cigarro eletrônico

Geralmente, um cigarro eletrônico é composto por uma lâmpada LED, atomizador, bateria, sensor e um cartucho de nicotina líquida. No entanto, uma pesquisa recente publicada pela revista Nature revelou que os vapes podem ter 153 substâncias perigosas à saúde e 225 irritantes ao organismo na composição.

Dentre essas substâncias apresentadas no estudo, estão desde aromatizantes, nicotina a compostos como os carbonilos voláteis. Os especialistas ainda alertam para a possibilidade de haver partículas e carcinógenos, muitos dos quais são prejudiciais aos adeptos do cigarro eletrônico.

Jovem mulher fumando um dispositivo eletrônico de tabaco/Shutterstock/Foto Vovatol

Implicações legais do cigarro eletrônico

No Brasil, o cigarro eletrônico é proibido desde 2009, mas isso não inibiu a população. Segundo o Ministério da Saúde, o vape já foi experimentado por 1 milhão de brasileiros, dos quais 70% são jovens na faixa etária de 15 a 24 anos.

Diante dessa disseminação, a indústria do produto fez uma pressão enorme sobre a Anvisa, que por fim, acabou reforçando ainda mais a proibição em 2024. A Agência Sanitária publicou uma nova resolução que proíbe a fabricação, a importação, a comercialização, a distribuição, o armazenamento, o transporte e a propaganda de dispositivos eletrônicos para fumar, popularmente conhecidos como cigarro eletrônico.

Nos Estados Unidos, o uso dos cigarros eletrônicos como dispositivos de cessação do tabagismo não recebeu aprovação da Agência de Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (Food and Drug Administration, FDA). No entanto, a venda não é proibida desde que siga a regulamentação exigida, conforme cada estado.

Malefícios do cigarro eletrônico

O cigarro eletrônico não só traz consequências ruins à saúde já conhecidas, como também tem dado origem a novas doenças. Uma dessas é uma doença respiratória chamada de Evali (sigla para E-cigarette or Vaping product use-Associated Lung Injury).

Pulmões danificados por peças de quebra-cabeça. Doença do trato respiratório Shutterstock
Pulmões danificados por peças de quebra-cabeça. Doença do trato respiratório Shutterstock/Foto Vitalii Vodolazskyi

Entre os malefícios mais comuns em decorrência do uso do vape também estão: câncer de pulmão, doenças cardiovasculares, falta de ar e cansaço excessivo. Além disso, em quadros graves mostram que o usuário do vape pode vir a óbito.

Quando o cigarro eletrônico pode matar?

Nos últimos anos, alguns casos divulgados pela mídia acenderam um alerta sobre a morte em decorrência do uso do vape. Um dos mais recentes, aconteceu com Diego Paiva dos Santos, filho do ex-jogador de futebol Serginho. O jovem morreu em 7 agosto de 2024, aos 20 anos.

O caso de Diego começou com uma bactéria que ele pegou nas aulas de jiu-jitsu. Na sequência, a contaminação levou o jovem a uma infecção generalizada (septicemia).

Embora, grave o quadro de Diego evoluía bem apresentando boa resistência e boas funções do coração, rins e fígado. O único órgão que não reagiu foi o pulmão, pois estava totalmente estragado pelo uso do vape, o que levou Diego a uma embolia pulmonar e, consequentemente, à morte. A mãe do jovem alertou sobre o excesso do uso do vaporizador à mídia, ao mostrar fotos entre um pulmão saudável e o de Diego.

Outro caso que também teve grande repercussão foi o do lutador britânico de 20 anos, Sean Tobin, que teve seu pulmão direito retirado após o excesso de uso de cigarro eletrônico. Embora, não tenha perdido a vida, Sean perdeu parte do órgão e terá que conviver com as consequências disso.  

Hoje ele ajuda a conscientizar as pessoas sobre o mal do vape. Recentemente, usou as redes sociais para iniciar uma campanha contra o uso do vaporizador. O lutador mostrou uma foto de seu pulmão colapsado pelo e outra de um pulmão normal, reforçando o mal que o cigarro eletrônico pode fazer ao usuário.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/10/21/medicina-e-saude/por-que-o-cigarro-eletronico-pode-matar/