23 de novembro de 2024
Microsoft acusa Google de tentar minar seus negócios na nuvem;
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Nesta segunda-feira (28), a Microsoft acusou o Google de estar por trás do que classifica como “campanhas paralelas” visando minar o negócio de nuvem da gigante do Vale do Silício.

Em publicação realizada em seu blog – em tom agressivo –, a empresa, por meio de sua conselheira-geral adjunta, Rima Alaily, afirmou que a gigante das buscas lançará, nesta semana, um grupo chamado “astroturf”.

“Ele foi criado para desacreditar a Microsoft com autoridades de concorrência e formuladores de políticas e enganar o público”, disse Alaily.

“O Google fez grandes esforços para ofuscar seu envolvimento, financiamento e controle, principalmente recrutando um punhado de provedores de nuvem europeus para servir como a face pública da nova organização. Quando o grupo for lançado, o Google, entendemos, provavelmente se apresentará como um membro secundário em vez de seu líder”, prosseguiu.

Gigante dos softwares acusa gigante das buscas de tentar minar seu negócio de nuvem, capitaneado pelo Azure (Imagem: Daniel Constante/Shutterstock)

Do que consiste a acusação da Microsoft contra o Google?

  • A Microsoft afirma que o Google contratou uma agência de lobby e comunicações na Europa para criar a suposta nova organização de lobby;
  • A companhia fundada por Bill Gates e Paul Allen teria descoberto a empreitada após um provedor de nuvem europeu não identificado ter se recusado a participar e avisado a Microsoft;
  • “Uma das empresas abordadas, que acabou se recusando, nos disse que a organização será direcionada e amplamente financiada pelo Google com o propósito de atacar os negócios de computação em nuvem da Microsoft na União Europeia e no Reino Unido”, continuou a conselheira-geral adjunta da empresa;
  • O “curioso” é que a acusação surge cerca de um mês após o Google registrar queixa antitruste aos reguladores da União Europeia (UE);
  • A big tech disse que a empresa do Vale do Silício teria fechado contratos de licenciamento injustos para seus serviços de nuvem, o Azure, após ter chegado a acordo com um grupo da indústria apoiado por provedores de infraestrutura europeus que também tinha preocupações similares com as práticas de licenciamento da Microsoft, lembrou o The Verge.

Em julho, a companhia disse que o Google teria tentado atrapalhar seu acordo com esse grupo, chamado de Cloud Infrastructure Services Providers in Europe (CISPE). “O Google ofereceu aos membros do CISPE uma combinação de dinheiro e créditos no valor de espantosos US$ 500 milhões [R$ 2.85 bilhões, na conversão direta] para rejeitar o acordo e continuar com o litígio”, afirmou Alaily.

Contudo, CISPE e Microsoft fecharam acordo após a gigante dos softwares desistir de sua reclamação apresentada à UE em 2022, após ela permitir que provedores de nuvem europeus oferecessem apps e serviços da Microsoft em suas infraestruturas de nuvem locais.

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Outra reclamação do Google tem a ver com as taxas de licenciamento do Windows Server: “Temos sido muito públicos sobre nossas preocupações com o licenciamento de nuvem da Microsoft”, informou, ao Verge, Laura Wheeler, porta-voz da gigante das buscas.

“Nós e muitos outros acreditamos que as práticas anticompetitivas da Microsoft prendem os clientes e criam efeitos negativos posteriores que impactam a segurança cibernética, a inovação e a escolha. Você pode ler mais em nossas muitas postagens de blog sobre essas questões”, prosseguiu.

Logo do Windows Server 2022
Google também faz acusações contra Microsoft; no caso, sobre valores relacionados ao Windows Server (Imagem: Reprodução)

Por sua vez, o vice-presidente do Google Cloud, Amit Zavery, afirmou, no mês passado, que a Microsoft obriga s=os clientes a pagarem margem de lucro de 400% para seguirem utilizando o Windows Server em provedores de nuvem concorrentes. Contudo, tal taxa não seria aplicada ao Azure.

Fundamentalmente, o argumento do Google é que ele não deveria ter que pagar à Microsoft quando ela cria e oferece serviços de nuvem usando nossa propriedade intelectual – ou seja, o Windows Server – se os clientes tiverem comprado o mesmo software para um uso muito diferente, ou seja, em seu próprio servidor.

Nós discordamos. Quando um serviço de streaming, como Netflix ou Disney, inclui um filme em seu serviço, eles pagam por esse direito. Eles não recebem um crédito ou desconto se um assinante tiver um DVD do mesmo filme. Software e nuvem não são diferentes.

Rima Alaily, conselheira-geral adjunta da Microsoft, em publicação no blog da empresa

As duas empresas brigavam nos tribunais desde 2015, batalha encerrada em 2021. Contudo, desde então, o Verge relembra que as big techs passaram a dar sinais de que retomariam as discussões entre si.

O post Microsoft acusa Google de tentar minar seus negócios na nuvem; entenda apareceu primeiro em Olhar Digital.

Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/10/28/pro/microsoft-acusa-google-de-tentar-minar-seus-negocios-na-nuvem-entenda/