Os problemas da VW sinalizam a necessidade de a UE aumentar a competitividade industrial
Global Times – O problema enfrentado pela gigante automobilística alemã Volkswagen (VW) não representa apenas um golpe para a proeza industrial da Alemanha, mas também serve como um lembrete da necessidade urgente de a UE encontrar uma maneira equilibrada de melhorar a competitividade industrial.
A VW planeja fechar pelo menos três fábricas na Alemanha, demitir dezenas de milhares de funcionários e reduzir suas fábricas restantes na Alemanha, disse o chefe do conselho de trabalhadores da empresa na segunda-feira, informou a Reuters.
Como um grande player na indústria automobilística europeia, o desenvolvimento da VW serve como um barômetro crucial para o setor, refletindo tendências industriais mais amplas e mudanças no bloco.
As vantagens tecnológicas dos fabricantes de automóveis alemães persistem, e eles ainda são empresas líderes mundiais em muitos campos, incluindo vantagens de marca. Mas a tentativa da UE de recorrer ao protecionismo acabará prejudicando a competitividade de sua indústria mais vantajosa.
O primeiro fechamento de fábricas nacionais nos 87 anos de história da empresa ressalta as duras realidades que confrontam a indústria automobilística europeia. Altos custos de energia, os efeitos das políticas industriais dos EUA, a intensificação da concorrência internacional, os avanços tecnológicos, os desafios da automação, as incertezas no cenário político e os encargos dos altos sistemas de bem-estar e salários se entrelaçam para criar uma situação complicada que restringe o ritmo de desenvolvimento da indústria europeia.
É neste contexto que a VW tomou uma decisão difícil, provocando uma reflexão profunda sobre como a UE pode equilibrar os interesses industriais de seus estados-membros. A UE como um todo enfrenta o desafio de manter a competitividade industrial interna enquanto aborda as pressões externas.
Alguns estados-membros e forças políticas dentro da UE estão tendendo a adotar medidas protecionistas comerciais, tentando proteger as indústrias nacionais, particularmente contra importações de veículos elétricos (VEs) chineses, aumentando tarifas e outros meios. No entanto, essa abordagem enfrentou forte oposição de vários estados-membros e empresas automobilísticas.
O chanceler alemão Olaf Scholz expressou abertamente sua oposição aos conflitos tarifários, enquanto as empresas automobilísticas alemãs, incluindo a VW, instaram a Alemanha a votar contra a introdução de tarifas da UE sobre os VEs chineses. Eles acreditam que, a longo prazo, tais medidas realmente prejudicam a competitividade da indústria automobilística europeia.
Como a maior economia da UE, a Alemanha, sem dúvida, possui forte competitividade industrial e apoia o comércio com a China. No entanto, alguns estados-membros com competitividade mais fraca estão preocupados que o comércio com a China possa exacerbar a competição e prejudicar seus próprios interesses. Essa divergência lançou a UE em um dilema sobre como manter a competitividade industrial.
No entanto, se a UE quiser aumentar sua competitividade econômica, não tem escolha a não ser criar um ambiente mais propício e fornecer mais espaço de desenvolvimento para empresas competitivas. Isso envolve não apenas reformas internas e inovação, mas também promover a cooperação com países como a China.
Diante da concorrência, as empresas da UE precisam se concentrar em melhorar sua tecnologia e eficiência, em vez de recorrer a uma abordagem protecionista para desafios externos.
O protecionismo não aborda os problemas subjacentes e pode levar países menos competitivos a se tornarem cada vez mais dependentes de tais medidas, dificultando, em última análise, o progresso de toda a UE. O desenvolvimento geral e o aprimoramento da competitividade da UE exigem coordenação unificada, o que é crucial para o futuro econômico do bloco e a competitividade global.
A situação atual mostra que a UE enfrenta desafios significativos na coordenação de interesses internos. Transferir a responsabilidade de aumentar a competitividade exagerando questões relacionadas à China e tentando proteger seus próprios interesses limitando a cooperação com a China não é uma abordagem viável.
A UE precisa reconhecer que o verdadeiro aprimoramento da competitividade vem da força e cooperação internas, bem como da interação eficaz com mercados externos.
O plano de reestruturação da VW é um choque, mas também serve como um chamado para o desenvolvimento da indústria europeia.
Diante das mudanças no cenário econômico global e das tendências de desenvolvimento no setor automobilístico, a UE precisa pensar profundamente sobre como encontrar uma maneira equilibrada de manter a competitividade industrial e promover a atualização e a transformação industrial. Somente assim ela pode garantir seu próprio desenvolvimento sustentável e competitividade na competição futura.
Fonte: https://www.ocafezinho.com/2024/10/29/colapso-da-volkswagen-forca-ue-a-aumentar-sua-competitividade-industrial-diz-midia-chinesa/