Nas eleições municipais, o PL consolidou-se como o partido com maior número de coligações e de presença em prefeituras, superando o PT. Segundo dados da Folha de S.Paulo, das 5.570 prefeituras brasileiras, o PL elegeu 516 prefeitos e integrou 1.562 chapas vencedoras, enquanto o PT obteve 252 prefeitos e fez parte de 1.113 coligações vitoriosas. Com o objetivo de se fortalecer nacionalmente, ambos os partidos têm focado em alianças estratégicas para as próximas eleições presidenciais.
Entre os municípios prioritários, aqueles com mais de 200 mil eleitores, a presença do PL também é mais expressiva: 40 prefeitos eleitos, frente a 12 do PT. Essa vantagem revela a força do partido de Jair Bolsonaro, embora o cenário interno esteja dividido entre a postura do ex-presidente, que segue uma linha mais conservadora e polarizadora, e o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, que propõe alianças mais ao centro visando 2026.
No contexto das grandes cidades, o PT optou por abrir mão de candidaturas próprias em algumas capitais para ampliar sua base aliada, como no caso do Rio de Janeiro, onde o partido apoiou Eduardo Paes (PSD). Em outras capitais, o PT esteve presente como coadjuvante, como em Recife e Fortaleza. Apesar disso, o partido lançou candidatos próprios em 13 capitais, saindo vitorioso em Fortaleza e conquistando apoio em Belo Horizonte, Belém, João Pessoa e Palmas.
Partidos de centro, MDB e PSD ficam fortalecidos
O fortalecimento do centro também marcou o pleito de 2024. Partidos como o MDB e o PSD conquistaram significativa capilaridade nas cidades, com participações nas coligações de 2.230 e 2.156 prefeitos eleitos, respectivamente. O MDB, por exemplo, está mais alinhado ao governo Lula em estados como Pará e Alagoas, mas adota uma postura conservadora em locais como São Paulo. O PSD, por sua vez, dialoga com setores conservadores no Paraná, enquanto se alinha com progressistas em estados como Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Conforme o cientista político Antônio Lavareda, a prevalência de chapas vencedoras sem PT ou PL evidencia o desejo do eleitorado por fugir da polarização, favorecendo legendas centristas. Ele destaca que as alianças municipais não refletem necessariamente um compromisso com as pautas nacionais, pois muitos prefeitos tendem a trocar de partido para se adaptar a conjunturas políticas locais. A mobilidade dos gestores locais indica que o apoio que hoje se observa pode ser efêmero.
Enquanto isso, legendas menores como PSOL e PRTB tiveram pouca expressividade nas eleições municipais, com o PSOL elegendo apenas um vice-prefeito e integrando 102 coligações vencedoras, e o PRTB elegendo oito prefeitos e participando de 151 chapas vitoriosas. Com perspectivas limitadas de crescimento, esses partidos enfrentam desafios para aumentar sua presença política em nível local.
Com informações da Folha de S.Paulo
Fonte: https://agendadopoder.com.br/pl-elege-mais-prefeitos-e-amplia-aliancas-superando-pt-nas-eleicoes-municipais/