23 de novembro de 2024
Cientistas ‘imortalizam’ células labiais humanas pela primeira vez
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Cientistas da Universidade de Berna “imortalizaram” células labiais humanas em laboratório pela primeira vez. Isso significa que eles descobriram um jeito de cultivar e produzir o tecido por um período maior que seu ciclo de vida natural.

Esse avanço permitiu a criação de um modelo celular 3D, útil em pesquisas e no desenvolvimento de tratamentos para problemas de saúde que afetam a boca. O estudo foi publicado na revista Frontiers in Cell and Developmental Biology.

Por que ‘imortalizar’ células labiais?

Para desenvolver tratamentos para doenças, os cientistas precisam estudar como as células se comportam. Assim, eles testam possíveis terapias. A melhor opção é utilizar células doadas de um indivíduo, pois isso torna os resultados mais precisos.

No entanto, obter essas células labiais doadas é caro. E elas não podem ser reproduzidas por muito tempo. Por isso, os cientistas buscam “imortalizar” essas células – ou seja, alterar a expressão de certos genes para que elas possam ser replicadas em laboratório sem chegarem ao final de seu ciclo de vida.

Até então, modelos celulares labiais eram escassos, o que dificultava pesquisas para encontrar tratamentos para doenças que afetam a boca.

Comparativo entre comportamento de células doadas e imortalizadas (Imagem: Frontiers in Cell and Developmental Biology)

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Processo de imortalização de células labiais

  • Os cientistas conseguiram “imortalizar” células labiais a partir do tecido doado de dois pacientes em tratamento: um com laceração labial e o outro com lábio leporino;
  • Eles utilizaram uma técnica genética para desativar um gene que interrompe o ciclo de vida de uma célula;
  • Além disso, modificaram as extremidades dos cromossomos para que as células pudessem viver por mais tempo;
  • Essas células modificadas foram testadas para garantir que, durante a replicação, elas não perdessem as características originais mais importantes;
  • Para confirmar que células doentes não estavam se proliferando nesse processo, os pesquisadores as cultivaram em ágar mole, material onde apenas células cancerígenas crescem;
  • Quando as células “imortalizadas” não se reproduziram nesse meio, os cientistas confirmaram que estavam saudáveis e prontas para novos testes.
Modelo 3D de células labiais imortalizadas (Imagem: Frontiers in Cell and Developmental Biology)

Modelo 3D de células labiais experimental é promissor

Depois que a “imortalização” das células labiais foi bem-sucedida, os pesquisadores começaram a testar se poderiam de fato ser utilizadas em futuros modelos experimentais para encontrar a cura de lesões ou infecções.

Primeiro, arranharam amostras das células para simular uma ferida. As células não tratadas levaram oito horas para se recuperar, enquanto aquelas tratadas com substâncias que ajudam na cicatrização se recuperaram mais rapidamente, assim como células de outras partes do corpo.

Posteriormente, criaram modelos tridimensionais (3D) usando essas células e as expuseram a uma levedura chamada Candida albicans, que pode causar infecções, especialmente em pessoas com sistema imunológico fraco. O modelo se comportou como esperado, mostrando que a levedura infectou rapidamente as células, imitando o que aconteceria num lábio real.

A equipe de pesquisa acredita que esses modelos 3D podem ser muito úteis não só para estudar problemas labiais, mas também em outras áreas da medicina.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/11/05/medicina-e-saude/cientistas-imortalizam-celulas-labiais-humanas-pela-primeira-vez/