A mineração de asteroides está cada vez mais perto de se tornar realidade. A empresa norte-americana AstroForge acaba de receber a primeira licença comercial para operar e se comunicar com uma espaçonave no espaço profundo – que, segundo a União Internacional de Telecomunicações, se inicia a mais de dois milhões de quilômetros da Terra.
A liberação foi comemorada pela companhia, uma vez que era necessária para a realização da missão Odin, que deve ser lançada em direção a um asteroide próximo à Terra no início de 2025. A ideia ainda não é minerar a rocha, mas provar que chegar até lá com este intuito é possível.
Licença permite a criação de uma rede de comunicação
A licença foi concedida pela Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos (FCC) e refere-se especificamente à criação de uma rede de comunicação com estações terrestres de rádio. Este sistema permitirá que comandos sejam enviados para a Odin e os dados da missão sejam transmitidos de volta ao nosso planeta.
O objetivo da AstroForge é pousar uma espaçonave em um asteroide e refinar os materiais presentes nele. A tecnologia que permitirá este trabalho ainda está no estágio de prova de conceito.
Em abril do ano passado, a companhia enviou a primeira missão do tipo ao espaço. Chamada de Brokkr-1, ela alcançou com sucesso a órbita da Terra, mas não foi possível ativar com sucesso o protótipo da tecnologia de refinaria a bordo para demonstrar que ela funciona em microgravidade.
Apesar desse contratempo, a AstroForge afirmou que o teste foi positivo e que rendeu “a experiência de uma campanha de voo, desde o projeto conceitual até as operações em órbita e todas as etapas intermediárias para construir, qualificar e certificar um veículo para o espaço”.
De acordo com o site Space.com, a empresa ainda não revelou para qual asteroide a nova missão será lançada. Também não existe uma data prevista para o lançamento, com a companhia se limitando a dizer que isso ocorrerá em 2025, mas admitindo que o cronograma pode ser modificado caso haja necessidade.
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Mineração de asteroides gera polêmica
- A mineração de asteroides foi idealizada durante os anos 2010.
- No entanto, nenhuma empresa privada ainda conseguiu atingir alguma rocha espacial devido aos investimentos necessários para missões do tipo.
- Além das questões tecnológicas, cientistas apontam para problemas relacionados ao processo de mineração de asteroides.
- Quando enviado para Lua, em 2019, o módulo comercial Beresheet, construído em Israel, levava consigo milhares de tardígrados fornecidos pela Arch Mission Foundation.
- Esses animais são muito resistentes, e isso levantou preocupações sobre a contaminação do solo lunar.
- No caso do asteroide, ele poderia fornecer informações importantes acerca do núcleo da Terra, visto que sua origem é a mesma.
- No entanto, sua mineração pode impedir que ele seja eventualmente estudado.
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