Em depoimento à Controladoria-Geral da União (CGU) nesta terça-feira (5), o ex-presidente Jair Bolsonaro negou ter solicitado qualquer atuação de favorecimento ao ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, durante as eleições de 2022. Bolsonaro, que prestou depoimento por videoconferência como testemunha de defesa de Vasques, afirmou que sua atuação não interferiu no processo eleitoral e mencionou uma fala do ministro Alexandre de Moraes, que à época presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e na ocasião declarou a normalidade da votação.
O processo administrativo da CGU investiga se Vasques liderou ações da PRF que dificultaram o acesso de eleitores às seções de votação, especialmente no Nordeste, onde houve bloqueios em estradas durante o segundo turno. A investigação ainda considera possíveis penalidades para Vasques, incluindo advertência ou até a perda da aposentadoria como policial rodoviário. Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, também figura como testemunha no processo, que segue em caráter sigiloso.
Bolsonaro foi questionado sobre os bloqueios no dia da eleição e reiterou que não solicitou ações específicas à PRF. Vasques, que ocupou o cargo de diretor-geral da corporação entre abril de 2021 e dezembro de 2022, é investigado por possível uso da PRF para favorecer Bolsonaro durante a campanha e por, supostamente, pedir votos em favor do ex-presidente. Durante a campanha, ele chegou a presentear Torres com uma camisa do Flamengo, exibindo o número eleitoral de Bolsonaro.
Em 2023, Vasques teve prisão preventiva decretada por Alexandre de Moraes, devido a possíveis interferências nas investigações. Posteriormente, o ministro revogou a prisão, mantendo, entretanto, algumas restrições, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de acesso às redes sociais.
Com informações do UOL
Fonte: https://agendadopoder.com.br/bolsonaro-nega-interferencia-na-prf-durante-eleicoes-e-cita-declaracao-de-moraes/