24 de novembro de 2024
PF ouve Alexandre Ramagem na reta final do inquérito da
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O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), declarou em depoimento à Polícia Federal nesta terça-feira que não se lembrava de detalhes sobre uma suposta trama golpista articulada para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. O depoimento, realizado na sede da PF em Brasília, durou cerca de duas horas e foi descrito como pouco útil, uma vez que Ramagem respondeu a grande parte das perguntas afirmando não se recordar dos eventos.

A oitiva de Ramagem faz parte da fase final do inquérito que investiga se Jair Bolsonaro tentou se manter no poder de forma irregular. Investigadores esperavam esclarecimentos de Ramagem, considerado um dos homens de confiança de Bolsonaro e apontado como um dos possíveis indiciados, ao lado do ex-presidente e outros ministros do governo anterior.

Ramagem também é investigado por ilegalidades à frente da Abin

Além dessa investigação, Ramagem também responde por suspeitas de que a Abin, sob seu comando, teria sido usada para monitorar ilegalmente desafetos do governo Bolsonaro. Dados de ambos os inquéritos foram compartilhados pela PF, que acredita haver conexão entre a trama golpista e as atividades clandestinas da Abin.

Entre as principais evidências, está a minuta de um suposto plano golpista, discutida em reuniões no Palácio do Planalto e Alvorada, com o objetivo de impedir a posse de Lula. Conforme apuração, Bolsonaro teria reunido os chefes das Forças Armadas para considerar a aplicação de medidas como Garantia da Lei e da Ordem (GLO), estado de defesa e estado de sítio, visando evitar a transferência do cargo. Entretanto, segundo a PF, chefes do Exército e da Aeronáutica manifestaram oposição a essa proposta.

A investigação também aponta que um “núcleo de inteligência” do governo Bolsonaro monitorou movimentos do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes após a eleição de Lula. Esse grupo teria acompanhado os deslocamentos do magistrado com o objetivo de detê-lo caso um decreto de golpe fosse assinado. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do caso, revelou à PF detalhes desse monitoramento.

Com informações de O Globo

Fonte: https://agendadopoder.com.br/ramagem-diz-a-pf-nao-lembrar-de-plano-golpista-para-impedir-posse-de-lula/