23 de novembro de 2024
Bolsonaristas envolvidos em trama golpista levantaram nomes, rotina e até
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Com a ajuda de um software israelense, a Polícia Federal recuperou arquivos eletrônicos apagados pelo tenente-coronel Mauro Cid que revelam minúcias do golpe frustrado de 8 de janeiro de 2023. As informações resgatadas provocaram a convocação de novas testemunhas, entre elas um general kid preto (das forças especiais do Exército) e o ex-diretor da Abin (a agência de inteligência) durante o governo Bolsonaro.

As minúcias da preparação do golpe incluíram — segundo apuração do podcast A Hora, do portal UOL, feita com duas fontes ligadas à investigação — o levantamento dos nomes, das rotinas e até do armamento usado pelos responsáveis pela segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O mesmo trabalho foi feito em relação aos seguranças do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

O planejamento do golpe previa, portanto, a abordagem e captura de Lula e de Moraes pelos golpistas. Pelo tipo de informações coletadas por eles, fica evidente que os golpistas se preparavam para a eventualidade de um confronto armado e violento com os seguranças do presidente e do ministro.

No dia da tentativa de golpe, nem Lula nem Moraes estavam em Brasília. Lula havia viajado para Araraquara, no interior de São Paulo, e Moraes tinha ido para Paris, França.

Policial federal e candidato derrotado a prefeito do Rio de Janeiro, Alexandre Ramagem dirigiu os arapongas da Abin por nomeação de Bolsonaro. Ele foi convocado e prestou depoimento à Polícia Federal esta semana no inquérito sobre o golpe.

No dia seguinte a Ramagem, prestou depoimento à PF o general Nilton Diniz Rodrigues. Atualmente, ele comanda a Segunda Brigada de Infantaria de Selva, baseada em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas. Na época do golpe, ele ainda era coronel. Condecorado com a medalha do Pacificador, entre outras, Diniz Rodrigues se formou no curso de Forças Especiais em 1998.

A descoberta das minúcias do golpe levou Alexandre de Moraes a prorrogar o inquérito por 60 dias. Logo, o eventual indiciamento dos líderes golpistas, dos executores e dos financiadores só deve acontecer no final de dezembro ou no começo de 2025. Jair Bolsonaro é um dos investigados e, mesmo antes de ser denunciado à Justiça, trabalha para ser anistiado pelo Congresso.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/bolsonaristas-envolvidos-em-trama-golpista-levantaram-nomes-rotina-e-ate-armas-usadas-por-segurancas-de-lula-informa-pf/