14 de novembro de 2024
Quais as diferenças entre doença e síndrome?
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Para os profissionais da saúde, a distinção entre “doença” e “síndrome” é bastante nítida, mas o público não especializado que cresceu ouvindo ambas as palavras nos telejornais ainda têm dúvidas sobre o que há de semelhante e diferente em cada uma. E como cada vez mais surgem novos problemas de saúde na população, é essencial que os cidadãos também aprendam a diferenciar um conceito do outro.

Pensando nisso, reunimos algumas informações interessantes que visam simplificar o entendimento entre “doença” e “síndrome”. Confira mais informações a seguir.

O que caracteriza uma doença?

A palavra “doença” é muito mais antiga e reúne um conjunto específico de condições patológicas cujas causas e sintomas, geralmente, já são muito bem identificados e possuem um plano de tratamento específico e eficiente. Ficou confuso? Vamos explicar melhor.

Homem doente e tossindo (Imagem: Pixel-Shot/Shutterstock)

A doença possui uma causa já identificada, as quais podem ser por infecções por micro-organismos (vírus, fungo e bactéria), infestação de parasitas, problemas anatômicos e fisiológicos, contaminação por agentes tóxicos (venenos), e até pela mutação do DNA. Ou seja, a causa, seja ela qual for, já foi identificada. Além disso, os sintomas também demonstram certo padrão (de crises, comportamentos, alterações, etc.) e costumam ser bem definidos e previsíveis, o que pode auxiliar mais facilmente o diagnóstico.

Isso também significa que a maioria das doenças já possui um quadro geral de evolução, o qual permite aos profissionais de saúde a identificação do quão avançada ela se encontra, quais os próximos sintomas, etc. Ademais, as doenças possuem um plano de tratamento mais assertivo, porque uma vez que se sabe o que causou o problema, é mais fácil combatê-lo. Então, com o avanço das pesquisas científicas, os estudiosos descobrem quais medicamentos, por exemplo, possuem a chance de combater o causador da doença.

Por fim, também é importante dizer que a maioria das doenças podem ter a sua evolução verificada por meio de aparelhos médicos, como é o caso de um raio-x, que pode ser útil para ver o estrago que a bactéria da tuberculose causou a um pulmão, por exemplo.

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O que caracteriza uma síndrome?

A palavra “síndrome” é mais moderna e designa um grande conjunto de incertezas. Isso porque as síndromes nem sempre tem uma causa conhecida; ou seja, uma síndrome representa um conjunto de sintomas e sinais que ocorrem simultaneamente, mas sem uma causa definida. É possível que uma síndrome, por si só, seja o sintoma de uma doença, por exemplo.

Síndrome de Down (Crédito: Denis Kuvaev/ Shutterstock)
Criança sorridente e portadora da Síndrome de Down (Imagem: Denis Kuvaev/ Shutterstock)

De qualquer forma, os profissionais de saúde não costumam saber o que causou a síndrome e mesmo que alguns de seus sintomas possam ser mapeados, não é impossível que novos sintomas apareçam e ponham em xeque tudo aquilo que os médicos achavam que sabiam sobre determinada síndrome.

Por não saber qual a sua causa, o tratamento, muitas vezes, pode servir apenas como um paliativo para aliviar os sintomas e garantir que o portador da síndrome tenha o mais próximo possível de uma vida normal, mas sem perspectivas de cura. Para se ter uma ideia, algumas síndromes podem ter mais de um causador ou estarem conectadas a diferentes doenças ao mesmo tempo. Além disso, também há síndromes que podem auxiliar no desenvolvimento de uma ou mais doenças.

Quando uma síndrome é identificada, ela pode ser estudada a tal ponto que os profissionais da saúde conseguem prever quando ela se manifesta. Por exemplo, é possível verificar a possibilidade de o bebê apresentar a Síndrome de Down ainda na gestação. Também é importante ressaltar que, às vezes, os profissionais de saúde sabem o motivo de uma síndrome ocorrer, mas ainda assim desejam classificá-la como síndrome e não como doença.

Para entender isso melhor, é possível usar a Síndrome de Down como exemplo: a sua causa se deve a uma alteração cromossômica e exibe diversos sinais que caracterizam os portadores da síndrome; contudo, não é algo contagioso, os portadores apresentam características imutáveis e, portanto, não tem uma “cura”, pois o portador da síndrome não está “doente”.

Down é considerada uma síndrome porque não se encaixa no padrão geral que uma doença exige: é uma alteração cromossômica que, de forma geral, faz o portador ter características físicas especificas, e essa pessoa pode ou não apresentar algum problema cognitivo.

Resumo: quais as diferenças entre doença e síndrome?

A doença possui um causador definido na maioria das vezes, que pode ser, por exemplo, uma bactéria. Além disso, os sintomas detêm um padrão mais definido, os médicos já estão familiarizados com os estágios da doença, a gravidade dela pode ser averiguada por aparelhos médicos e o tratamento — quase sempre — visa a cura da doença.

A síndrome não costuma ter uma causa definida, de maneira que ela pode ser o sintoma de uma ou mais doenças, ou que tenha sido causada por vários problemas ou uma ou mais doenças. Além disso, o tratamento costuma focar no alívio dos sintomas e não na cura do problema.

O post Quais as diferenças entre doença e síndrome? apareceu primeiro em Olhar Digital.

Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/11/12/medicina-e-saude/quais-as-diferencas-entre-doenca-e-sindrome/