Ultimamente, muito tem se falado sobre a jornada 6×1. A discussão tem ocupado espaços nas redes sociais, em veículos de notícias, blogs de opinião, dentre outros. Mas você sabe do que se trata? Se pedirem a sua opinião, você saberá opinar? A escala 6×1 está sendo o assunto que ganhou as redes sociais nos últimos dias. O Imparcial vai te explicar o que está movimentando as rodas de conversa.
O que é a PEC da escala 6×1
A deputada Erika Hilton (PSol-SP) apresentou o texto elaborado pelo movimento social Vida Além do Trabalho (VAT), sob a liderança do vereador do Rio de Janeiro Rick Azevedo (PSol). O objetivo da PEC é eliminar a jornada 6×1, na qual o funcionário trabalha seis dias por semana e tem apenas um dia de descanso. A estrutura é bastante frequente em áreas como o comércio e a indústria, porém é vista como exaustiva e abusiva por defensores do projeto.
A Proposta de Emenda à Constituição visa alterar a parte da Constituição que restringe a jornada de trabalho a oito horas diárias e 44 horas por semana, incorporando outras alternativas de organização do trabalho, como a escala 4×3, apoiada pelo VAT. O texto deve mudar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que estabelece um dia como o período mínimo de descanso para o trabalhador.
A proposta tem ganhado bastante notoriedade e sendo discutida em diversas esferas, o que também traz o apoio popular. Para que ela possa ser devidamente apresentada, e prosseguir na Câmara dos Deputados, são necessárias 171 assinaturas. Até o presente momento, a PEC tem 134 assinaturas de parlamentares, como foi divulgado pela assessoria da Erika Hilton.
Repercussão nas redes sociais
A Proposta de Emenda Constitucional vem ganhando grande atenção nos últimos dias, principalmente nas redes sociais. Após a deputada federal, Erika Hilton, fazer uma thread sobre a proposta no X, antigo Twitter, a visibilidade sobre o assunto aumentou e foi parar nos trending topics do aplicativo.
Entretanto, o debate dividiu opiniões entre os que são a favor do fim da jornada 6×1 e os que são contra. Confira algumas reações:
“O que está em jogo é um imaginário sobre o que são corpos de trabalho, ou corpos vinculados ao trabalho”
Em conversa com o Imparcial, o professor Alexandre Bruno Gouveia, do curso de jornalismo da Universidade Ceuma, demonstrou sua perspectiva crítica sobre o assunto enquanto pesquisador de cultura e sociedade.
“Eu acredito que essa escala tem uma defesa em função de uma lógica neoliberal de capitalista de mercado, onde o ser humano só é visto enquanto produz. E é uma tentativa também de capitalizar o seu horário de folga. A ideia de uma escala 6×1 é um imaginário que está sendo composto de que tua função é trabalhar, e a gente esquece que a função do ser humano é viver”, destacou Bruno.
O professor também fala sobre a sua visão de que o fim dessa escala possa ser uma possibilidade de melhor produção trabalhista com experiências mais humanas, seguindo uma lógica de que o corpo humano possa produzir e viver, não sendo algo vinculado puramente ao trabalho e à produção.
“Algumas dessas determinações como a escala 5×1 ou 4×3, em tese é de dar a oportunidade de que, inclusive a pessoa possa produzir melhor e com mais eficiência, até com mais prazer, onde o trabalho se torna de fato algo prazeroso. E que você possa, de alguma forma, ter níveis de experiência mais humanas. O que está em jogo é um imaginário sobre o que são corpos de trabalho, ou corpos vinculados ao trabalho”, reflete.
* Fonte: com informações do Correio Braziliense
Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2024/11/escala-6×1-saiba-mais-sobre-o-assunto-que-tem-tomado-as-redes-sociais/