A Polícia Federal (PF) está avaliando a possibilidade de pedir a anulação do acordo de colaboração premiada firmado com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. A decisão sobre o futuro da delação deve ser tomada após o novo depoimento de Cid, que está ocorrendo na tarde destaterça-feira (19).
O motivo para reavaliar o acordo é a descoberta de que Cid teria omitido informações essenciais sobre um plano golpista que visava impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, além de assassinar o presidente eleito, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, informa Malu Gaspar, em O Globo.
Cid manteve contatos frequentes com golpistas
O plano golpista foi revelado por materiais apreendidos com o general da reserva Mario Fernandes, o principal articulador da trama, e por interceptações telefônicas, de mensagens e áudios. As investigações mostram que Cid manteve contatos frequentes com os golpistas presos na terça-feira, 19, o que levanta suspeitas sobre sua omissão na delação.
De acordo com a PF, a anulação da delação não afetaria as provas já colhidas, mas impactaria os benefícios concedidos a Mauro Cid, que teria ocultado detalhes cruciais da investigação. Durante o processo de apuração, a PF descobriu que Cid apagou arquivos de seu computador, o que foi possível recuperar com o uso de software especializado.
A delação de Cid, homologada em setembro do ano passado pelo ministro Alexandre de Moraes, foi criticada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que se manifestou contra o acordo sob a gestão de Augusto Aras. Se a PF decidir solicitar a anulação, o atual procurador-geral, Paulo Gonet, terá que se pronunciar.
LEIA MAIS
Fonte: https://agendadopoder.com.br/delacao-de-mauro-cid-pode-ser-anulada-apos-descoberta-de-plano-para-matar-lula-alckmin-e-alexandre-de-moraes/