Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice de Jair Bolsonaro, quebrou o silêncio a respeito da operação que resultou na prisão de suspeitos de planejar a morte de Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes. Em seu podcast “Bom dia com Mourão”, três dias após a Polícia Federal deflagrar a Operação Contragolpe, o senador se referiu ao suposto plano golpista como algo “sem pé nem cabeça”, afirmando que não consegue nem imaginar como uma tentativa de golpe.
Questionado pela coluna de Lauro Jardim, do Globo, na quarta-feira, Mourão havia se recusado a comentar. No entanto, ao abordar o caso, ele afirmou que o grupo envolvido na trama era composto em sua maioria por militares da reserva e destacou que não havia qualquer indício de um movimento significativo por parte das Forças Armadas para sustentar o plano. “Tentativa de golpe tem que ter apoio de parcela expressiva da Força Armada. Ninguém dá golpe no país sem ter a Força Armada, nem que seja para proteger uma mudança constitucional”, explicou.
Mourão também criticou a falta de lógica do plano, considerando-o uma ação “absurda”, já que, segundo ele, os militares supostamente envolvidos no plano teriam armas, mas planejavam matar o presidente e o vice eleitos por meio de envenenamento, o que considera “incoerente”. Além disso, o parlamentar ressaltou que não houve deslocamento de tropas, o que, para ele, reforça a falta de credibilidade da tentativa de golpe.
— Vejo uma fanfarronada. E a partir daí, dentro da busca incessante de envolver o presidente Bolsonaro, o general Braga Netto, o general Heleno, que você conhece tão bem e que é um homem que não toma atitudes dessa natureza… Arma-se esse cenário todo, joga quase que um pó de pirlimpimpim e shazam: saem 37 pessoas nesse pacote indiciadas.
Mourão também defendeu Valdemar Costa Neto, presidente do PL, que figura na lista dos indiciados e disse que é “difícil de digerir”.
— Se meia-dúzia de três ou quatro (sic) resolveu escrever bobagem, tá bem. É crime escrever bobagem? Vou deixar para os juristas, vamos discutir isso. Eu vejo crime quando você parte para a ação. Se tivessem feito uma emboscada para o Alexandre de Moraes ou pro presidente da República, disparado contra ele. Nada disso aconteceu. Ficou tudo no terreno da imaginação. E imaginação bem fértil.
No podcast, o senador ainda criticou o fato de Moraes ser o relator, por “em tese ser vítima” no processo.
— Gostaria de saber qual foi a pergunta do interrogatório dele que ele fez recentemente com o tenente-coronel Cid. Ele perguntou “Cid você ia me matar?”.
O senador concluiu que espera que a PGR “faça um trabalho melhor” que a Polícia Federal, que “passou dois anos escarafunchando o celular de todo mundo”.
Com informações de O Globo.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/hamilton-mourao-ve-fanfarronada-em-operacao-que-resultou-na-prisao-de-suspeitos-de-planejar-morte-de-lula-alckmin-e-moraes/