27 de novembro de 2024
Agenda de Augusto Heleno sugere estratégias para desacreditar urnas e
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A Polícia Federal encontrou em uma agenda de Augusto Heleno, então chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Bolsonaro, diretrizes estratégicas que sugerem um esforço para atacar o sistema de urnas eletrônicas e adotar uma comunicação política com cuidados específicos. O documento foi encontrado durante investigações e estava registrado sob o título “Reunião de diretrizes estratégicas”.

Entre os pontos destacados, estavam orientações como evitar ataques a certos grupos sociais, incluindo homossexuais, negros e outros, e, ao mesmo tempo, instruções sobre como utilizar meios de comunicação, como a EBC, para divulgar as ações do governo.

Além disso, a agenda listava a necessidade de identificar áreas onde Bolsonaro tinha “aliados confiáveis” e a orientação para usar a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) para disseminar a mensagem do governo. Um dos itens mais controvertidos incluía a recomendação para não fazer referências a determinados grupos de forma negativa, sugerindo que fossem evitados “comentários desairosos e generalistas sobre o povo brasileiro”. O conteúdo das anotações foi utilizado pela PF para identificar o envolvimento de membros do governo em estratégias de ataque à legitimidade do sistema eleitoral, além de possíveis ações de manipulação e disseminação de desinformação.

Por fim, está a necessidade de “estabelecer um discurso sobre urnas eletrônicas e votações”. “É válido continuar a criticar a urna eletrônica”, escreveu o general da reserva.

A PF não esclareceu a data nem as circunstâncias exatas das anotações do general Heleno, que despachava no Palácio do Planalto. A agenda foi apreendida na residência dele.

Segundo a corporação, Heleno teve participação relevante no encontro realizado “para engajar membros do governo e disseminar alegações sabidamente não verídicas ou sem qualquer lastro concreto, de que existiram indícios da ocorrência de fraudes e manipulações de votos em eleições, decorrentes de alegadas vulnerabilidades do sistema eleitoral brasileiro”.

O general admitiu que orientou que agentes de inteligência se infiltrassem nas campanhas eleitorais e “também deixou evidente a necessidade dos órgãos de Estado vinculados ao Governo Federal atuarem para assegurar a vitória do então Presidente”. No período, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) estava subordinada ao GSI.

O papel de Heleno no plano

A investigação descobriu que já havia uma minuta para criação de um “Gabinete Institucional de Gestão da Crise”, que seria instituído pelo GSI no dia 16 de dezembro de 2022, um dia após a consumação do golpe de Estado.

O objetivo era assessorar o então presidente Jair Bolsonaro na administração dos fatos decorrentes da ruptura institucional. O general Heleno seria o chefe de gabinete, tendo como coordenador-geral o general Braga Netto.

Ainda foram apreendidos na casa de Heleno documentos que descrevem argumentos relacionados a inconsistências e vulnerabilidades nas urnas eletrônicas, servindo de subsídio para a propagação de informações falsas sobre o sistema de votação, linha de atuação do grupo investigado.

No relatório, a PF concluiu que Heleno teve “condutas penalmente relevantes no âmbito das ações perpetradas pela organização criminosa que levaram ao ataque às instituições democráticas, ao sistema eleitoral de votação brasileiro, ao Supremo Tribunal Federal e seus respectivos membros”.

O terceiro item é: “Não fazer qualquer referência a homossexuais, negros, maricas, etc. Evitar comentários desairosos e generalistas sobre o povo brasileiro”.

Por fim, está a necessidade de “estabelecer um discurso sobre urnas eletrônicas e votações”. “É válido continuar a criticar a urna eletrônica”, escreveu o general da reserva.

O relatório final da investigação da Polícia Federal terminou com 37 indiciados por golpe de Estado, incluindo Augusto Heleno. A retirada do sigilo e a divulgação do documento ocorreram nesta terça-feira (26).

A PF não esclareceu a data nem as circunstâncias exatas das anotações do general Heleno, que despachava no Palácio do Planalto. A agenda foi apreendida na residência dele.

Segundo a corporação, Heleno teve participação relevante no encontro realizado “para engajar membros do governo e disseminar alegações sabidamente não verídicas ou sem qualquer lastro concreto, de que existiram indícios da ocorrência de fraudes e manipulações de votos em eleições, decorrentes de alegadas vulnerabilidades do sistema eleitoral brasileiro”.

O general admitiu que orientou que agentes de inteligência se infiltrassem nas campanhas eleitorais e “também deixou evidente a necessidade dos órgãos de Estado vinculados ao Governo Federal atuarem para assegurar a vitória do então Presidente”. No período, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) estava subordinada ao GSI.

Com informações do Metrópoles.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/agenda-de-augusto-heleno-sugere-estrategias-para-desacreditar-urnas-e-manter-comunicacao-sem-criar-divisoes/