A Controladoria-Geral da União (CGU) aplicou multou a igreja Assembleia de Deus de Goiânia – Ministério Cristo Para Todos, sob responsabilidade do pastor Gilmar Silva dos Santos, por envolvimento em um esquema de propina relacionado ao ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro. O caso ficou conhecido como “Pastores do MEC”.
A investigação apurou suspeitas de influência indevida de líderes religiosos no Ministério da Educação (MEC). Segundo a CGU, e com informações do colunista do Metrópoles Tácio Lorran, Milton Ribeiro teria permitido que esses pastores atuassem como lobistas dentro da pasta. Entre as irregularidades apontadas, destacou-se a intermediação de passagens aéreas pelos líderes religiosos, o que foi classificado como “subvenção do pagamento de vantagem indevida” em violação à Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013).
Outro elemento analisado foi o uso da imagem do ex-ministro em bíblias, algo que, segundo a CGU, configurou uma forma de retribuição pelos benefícios obtidos por meio de sua influência. A investigação revelou ainda que um pastor vinculado à igreja teria solicitado propina a prefeitos em troca da intermediação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
O caso reforça as denúncias de uso indevido do MEC durante o governo de Jair Bolsonaro, envolvendo a negociação de recursos públicos mediante favorecimentos ilícitos.
O ex-ministro de Bolsonaro chegou a ser preso em operação da Polícia Federal, em junho de 2022, devido ao escândalo. O caso, uma espécie de “gabinete paralelo”, ficou conhecido como Pastores do MEC.
Esta não foi é primeira punição em torno do caso de propina. Como a coluna mostrou, a Comissão Ética Pública (CEP) da Presidência da República puniu Ribeiro com censura ética, que atua como uma “mancha no currículo”.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/cgu-multa-igreja-evangelica-por-envolvimento-em-esquema-de-propina-relacionada-ao-ex-ministro-da-educacao-milton-ribeiro/