De acordo com o relatório final da Polícia Federal, uma casa alugada para ser o comitê de campanha de Jair Bolsonaro à reeleição, localizada no Lago Sul, em Brasília, foi identificada como o “QG do Golpe”. Essa casa teria sido usada como base logística por integrantes da trama golpista, que buscavam impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva depois da vitória nas eleições de 2022. A investigação resultou no indiciamento de 37 pessoas por envolvimento em tentativa de golpe de Estado, incluindo o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
Entre os envolvidos, a PF destacou a participação de figuras como o padre José Eduardo de Oliveira e Silva e o advogado Amauri Saad, que viajaram a Brasília para se reunir com Filipe Martins, assessor presidencial, nas dependências do “QG”.
Além disso, o relatório também menciona a presença do general Walter Braga Netto, que, segundo a investigação, frequentava o local, acompanhado por oficiais das Forças Armadas, como parte da estratégia para articular o golpe. O envolvimento de figuras políticas e militares nesse contexto gerou um cenário de movimentações coordenadas em busca de garantir a permanência de Bolsonaro no poder, mesmo após a derrota nas urnas.
Em um dos dias, Braga Netto recebeu o ex-ministro e deputado federal Osmar Terra, conhecido propagador do discurso radical bolsonarista. O general foi candidato a vice na chapa de Bolsonaro naquele pleito.
A PF apontou que Bolsonaro teria planejado e atuado de forma direta no planejamento para impor um golpe de Estado no Brasil. Segundo o relatório apresentado, o então presidente “tinha plena consciência e participação ativa” nas ações clandestinas promovidas por grupo investigado. O presidente “planejou, atuou e teve domínio de forma direta e efetiva” de plano golpista, conclui a Polícia Federal no documento.
“Há robustos elementos de prova que demonstram que o planejamento e o andamento dos atos eram reportados a Jair Bolsonaro diretamente ou por intermédio de Mauro Cid”, diz trecho do documento.
O texto da Polícia Federal detalha que, ao dar continuidade à execução do plano, os “envolvidos realizaram práticas que visavam subverter a ordem constitucional e inviabilizar a transição democrática de poder. As ações clandestinas, organizadas e deliberadas, reforçam o caráter articulado das investidas contra as instituições democráticas”.
Os desdobramentos da investigação trazem à tona a gravidade dos fatos, colocando Bolsonaro como uma figura central no esquema. As evidências reforçam o comprometimento do grupo com uma tentativa de ruptura institucional que, segundo os investigadores, teve início ainda durante o mandato presidencial.
As investigações começaram ainda em 2021, com o chamado inquérito das fake news. Entre os indiciados, há militares, policiais federais, ex-ministros do governo Bolsonaro, além do próprio ex-presidente.
Com informações do Metrópoles.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/casa-alugada-pelo-pl-para-abrigar-comite-de-campanha-de-bolsonaro-foi-usada-como-base-por-integrantes-do-golpe/