O relatório da Polícia Federal (PF) sobre a investigação de uma trama golpista para manter Jair Bolsonaro na presidência da República revelou que o grupo criminoso planejava a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa medida seria parte de uma estratégia para, segundo o grupo, “restabelecer a legalidade e a estabilidade institucional”. A investigação resultou no indiciamento de Bolsonaro e mais 36 pessoas por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
Entre as provas apresentadas, destaca-se o documento “Desenho Op Luneta.xlsx”, encontrado em um pen drive pertencente ao tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, preso durante a operação Contragolpe. Segundo a PF, esse arquivo delineava um planejamento tático detalhado que incluía análise de riscos, avaliações de ambiente e estratégias para implementação do golpe.
O plano envolvia “a prisão preventiva dos juízes supremos considerados geradores de instabilidade”, uma ação que, conforme o relatório, só seria possível em caso de ruptura institucional. O documento também mencionava a necessidade de estabelecer um gabinete de crise com o objetivo de “restabelecer a legalidade e estabilidade institucional” após as ações golpistas.
Essas revelações reforçam a gravidade das intenções do grupo e destacam o papel de militares e civis no planejamento de medidas extremas contra a democracia brasileira.
“Considerando as premissas dispostas no “quadro atual”, o documento descreve o que seria o “estado final desejado da força legalista”, diz a PF.
De acordo com a PF, “o conteúdo do referido documento contém trechos que indicam um planejamento de ruptura institucional em razão, possivelmente, do resultado das eleições presidenciais de 2022. Um dos pontos mais repetidos no documento seria a existência de fatores geradores de instabilidade no Supremo Tribunal Federal”.
Na planilha “Desenho Op Luneta.xlsx”, há um documento que descreve a fase “modelando o ambiente”, em que cita três tarefas essenciais, entre elas “neutralizar a capacidade de atuação do MIN AM”.
“Conforme os elementos de prova já apresentados, fica evidente que uma das finalidades da organização criminosa era neutralizar o ministro ALEXANDRE DE MORAES, citado pela expressão “MIN AM”. Nesse sentido, fazendo a devida contextualização dos elementos de prova, no próximo tópico será apresentado o planejamento operacional que tinha exatamente como um dos objetivos prender/matar o ministro ALEXANDRE DE MORAES”, dizem.
Na semana passada, a operação Contragolpe mirou o plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF. Cinco pessoas foram presas sob a acusação do crime de organização criminosa, tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito e tentativa de golpe de Estado.
Com informações de O Globo.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/relatorio-do-golpe-para-manter-bolsonaro-no-poder-aponta-que-um-dos-planos-era-prisao-preventiva-de-ministros-do-stf/