O Ministério da Defesa anunciou a demissão do coronel da reserva Anderson Freire Barboza, que exercia a função de Diretor do Curso de Gestão de Recursos de Defesa na Escola Superior de Guerra. A decisão foi tomada após declarações do militar aposentado em que ele contestava as eleições de 2022, chamando-as de “roubadas”, além de criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e questionar a investigação da Polícia Federal sobre a trama golpista.
Barboza era contratado como Prestador de Tarefa por Tempo Certo, regime que permite a recontratação de militares aposentados. Atualmente, o modelo conta com cerca de 12 mil profissionais reintegrados às Forças Armadas, recebendo bônus de 30% sobre os salários, mas enfrenta críticas por falta de transparência.
A demissão do coronel será oficializada no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (27). A decisão reflete o compromisso do Ministério da Defesa em preservar a neutralidade institucional e reforça o distanciamento de posturas que possam comprometer o respeito às instituições democráticas.
A postagem foi feita na noite de quinta-feira (21) em um grupo de WhatsApp que reúne cerca de 100 pessoas, entre professores e ex-alunos da ESG — escola vinculada à Defesa, pasta comandada pelo ministro José Múcio Monteiro.
No mesmo dia mais cedo, a PF havia indiciado 37 pessoas, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa Braga Netto, vice em 2022 na chapa derrotada, e o ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) Augusto Heleno.
Barboza, que é coronel da reserva, começa a mensagem escrevendo que “as pessoas estão esquecendo”.
A seguir, diz que as “eleições foram roubadas sob a liderança de Alexandre de Moraes”. “Desde a soltura do ladrão até todos os atos perpetrados em favor de Lula na corrida eleitoral.”
A mensagem continua e o coronel da reserva afirma que as “pessoas estavam indignadas e grande parte da população não aceitava o resultado”. Conclui dizendo que após isso, “claro, vamos discutir sobre a veracidade dessa apuração de fatos da PF”.
Procurado, Barboza confirmou que fez a publicação. “Trata-se de um desabafo, pois os militares que conheço entre os 37 citados são profissionais extremamente competentes, o que naturalmente gera um sentimento de tristeza”, diz.
“No grupo mencionado, formado majoritariamente por civis, começaram a surgir ilações sem que as informações completas fossem consideradas”, continua. “Assim, o desabafo foi simplesmente de um cidadão indignado com a forma como algumas pessoas julgam sem conhecer todos os fatos, algo claramente pouco ético. Por isso, decidi responder na mesma moeda.”
Com informações da Folha de S. Paulo.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/ministerio-da-defesa-exonera-coronel-da-reserva-que-contestava-resultados-das-eleicoes-de-2022-roubadas/