27 de novembro de 2024
Gabinete do golpe funcionaria no Palácio do Planalto e teria
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Uma minuta encontrada pela Polícia Federal (PF) detalhou os planos para o Gabinete Institucional de Gestão da Crise, que seria instaurado imediatamente após um golpe de Estado para impedir a posse do presidente eleito Lula. O órgão seria sediado no Palácio do Planalto, no segundo andar, e coordenado por uma equipe de militares, sob a liderança de generais como Augusto Heleno e Walter Braga Netto. A proposta visava centralizar o controle político e estratégico do país, com o uso de um porta-voz de “notoriedade nacional e internacional” para consolidar narrativas favoráveis ao governo golpista.

O plano, datado de dezembro de 2022, previa uma estrutura robusta e militarizada, com coronéis e tenentes-coronéis ocupando postos-chave. A equipe contaria com sete militares, incluindo nomes como André Costa, Anderson Vilela e Letícia (sobrenome não informado), além de figuras como Filipe Martins, que seria responsável pelos assuntos internacionais. O gabinete também planejava estabelecer uma rede de inteligência em níveis estaduais e municipais, e desenvolver uma “assessoria de operações psicológicas”, embora os detalhes desta última permanecessem vagos.

Entre as metas principais, estava a criação de um discurso único que minimizasse narrativas desfavoráveis na mídia e a construção de vínculos estratégicos com lideranças do agronegócio, povos indígenas e caminhoneiros. Outra medida era fortalecer a relação entre Jair Bolsonaro e o comandante do Exército, evidenciada em mensagens trocadas entre coronéis envolvidos no esquema.

Inicialmente, o gabinete seria instalado no Comando de Operações Terrestres, mas o Palácio do Planalto foi escolhido como sede final, demonstrando a centralização de poder. A minuta foi encontrada com o general da reserva Mario Fernandes, ex-número dois da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro, que está preso desde novembro. Segundo a PF, o arquivo foi criado e editado por Fernandes em um curto intervalo no mesmo dia.

O relatório, tornado público pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, na última terça-feira (26), indicia Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas, incluindo militares e civis, por tentativa de golpe. A Procuradoria-Geral da República agora avalia o material.

Com informações do UOL

Fonte: https://agendadopoder.com.br/gabinete-do-golpe-funcionaria-no-palacio-do-planalto-e-teria-porta-voz-de-notoriedade-nacional-e-internacional-revela-minuta-apreendida-pela-pf/