9 de fevereiro de 2025
João Campos, prefeito de Recife, deve presidir PSB ano que
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João Campos, atual prefeito de Recife pelo PSB, parece estar seguindo os passos de sua família ao se preparar para assumir, a partir do próximo ano, a presidência nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Esse cargo já foi ocupado por seu pai, Eduardo Campos, e por seu avô, Miguel Arraes, figuras históricas no partido.

A indicação de João Campos conta com o apoio do atual presidente do PSB, Carlos Siqueira, que lidera o partido desde 2014, após a morte de Eduardo Campos em um acidente aéreo durante a campanha presidencial daquele ano. Siqueira, que foi coordenador de campanha e amigo pessoal de Eduardo, já havia sinalizado no 15° Congresso Nacional do PSB, em abril de 2022, que não pretendia continuar no comando após o término de seu mandato, que se encerra neste ano.

A possível ascensão de João Campos à presidência do PSB consolida a tradição de sua família no partido e reforça seu protagonismo na política nacional, especialmente após sua bem-sucedida gestão como prefeito de Recife.

João Campos ganhou sua confiança e é unanimidade no partido pela projeção que alcançou nos últimos anos e foi chancelada nas eleições municipais deste ano, quando foi reeleito com 78% dos votos ainda no primeiro turno. Aos 31 anos, o prefeito tem habilidade nas redes sociais e é visto como uma liderança jovem que pode provocar uma renovação política e trazer novos quadros.

Alinhado a isso, ele já tem se envolvido em decisões da sigla, desde 2019, entre jantares e reuniões. Nas eleições municipais, foi um dos entusiastas da candidatura de sua namorada, a deputada federal Tabata Amaral, em São Paulo. Já em 2022, participou da costura que culminou na filiação do vice-presidente Geraldo Alckmin. Recentemente, ele comandou o anúncio de apoio ao candidato à Presidência da Câmara Hugo Motta (PP).

Pesquisas internas estariam o colocando em projeção semelhante a de lideranças como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).

A existência de uma candidatura única é o formato de praxe do PSB, que normalmente funciona em consenso. A última disputa interna ocorreu justamente em 2014, quando Siqueira conquistou seu mandato.

Com o vácuo de poder deixado por Eduardo, os dirigentes estavam em pé de guerra tendo em vista o apoio no segundo turno. Na ocasião, o partido declarou endosso à candidatura do deputado federal Aécio Neves (PSDB), mas a ala de Roberto Amaral, que presidiu o partido interinamente, defendia estar no palanque da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

A eleição ocorrerá no próximo congresso, previsto para maio de 2025. Caso a indicação de João seja aprovada, seu eventual mandato será focado no fortalecimento das bancadas federais do PSB, na Câmara dos Deputados e no Senado.

De olho em 2026

O voo solo de João Campos em seu partido está em acordo com seu projeto de 2026, para o governo de Pernambuco. Desde o ano passado, o prefeito tem se alçado à disputa que deve o opor à governadora Raquel Lyra (PSDB), que disputará a reeleição.

Nos bastidores, os dois já travam um clima de animosidade e teriam se reunido enquanto prefeito e governadora, sozinhos, em apenas uma ocasião.

Campos tem dificultado a relação de Lyra com a Assembleia Legislativa. Quando Raquel Lyra foi eleita, ele já havia feito um acordo com o presidente da Casa, Álvaro Porto (PSDB), por cargos na Mesa Diretora.

Em contrapartida, Lyra tem atrapalhado o prefeito em sua relação local com o PT, que tem mágoas em relação a Campos. O partido queria a vaga de vice na chapa à reeleição e terminou preterido por Victor Marques (PCdoB), ex-assessor do prefeito.

Com informações de O Globo.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/joao-campos-prefeito-de-recife-deve-presidir-psb-ano-que-vem-de-olho-nas-eleicoes-de-2026-para-governador/