Após uma pausa de 15 dias úteis, o processo envolvendo a deputada Lucinha (PSD) no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) voltará a ser avaliado na próxima segunda-feira (29). A interrupção teve como objetivo aguardar a chegada de novos documentos provenientes das investigações da Polícia Federal e do Ministério Público contra a parlamentar, acusada de ter ligações políticas com uma das maiores milícias do Rio.
Os novos materiais já foram recebidos pela Alerj e, a partir de segunda-feira, será iniciado o prazo de cinco dias corridos para que o Conselho de Ética notifique e convoque Lucinha. Após a notificação, a deputada terá 10 dias corridos para apresentar sua defesa por escrito. O processo completo deve durar cerca de 120 dias.
Durante a suspensão do processo, o deputado estadual Felipinho Ravis (Solidariedade) deixou o Conselho de Ética da Alerj. Ele havia sido designado como relator do caso Lucinha na comissão, após dois meses da decisão do plenário da Casa pela abertura do processo interno, que poderá resultar até na cassação do mandato da parlamentar. Em seu lugar, assumiu Vinicius Cozzolino (União).
Ravis já havia solicitado sua saída do Conselho de Ética antes de ser escolhido como relator do processo, pois estava cotado para assumir a secretaria estadual de Desenvolvimento Econômico, em substituição a Vinicius Farah, que pretende concorrer à prefeitura de Três Rios.
Para ocupar a vaga deixada por Ravis, o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União), decidiu que Vinicius Cozzolino, correligionário de Ravis e advogado, assumirá a cadeira no Conselho de Ética, acumulando a função com a Comissão de Constituição e Justiça.
Segundo a Alerj, a escolha do novo relator visa evitar atrasos no processo. O Conselho de Ética é composto por sete deputados, incluindo o presidente Júlio Rocha (Agir), a vice-presidente Martha Rocha (PDT), Jorge Felippe Neto (Avante), Vinicius Cozzolino (União), Dani Monteiro (PSOL), Renato Miranda (PL) e Cláudio Caiado (PSD). Os suplentes Dionísio Lins (PP) e Andrezinho Ceciliano (PT) podem participar em caso de ausência de um dos titulares.
Independentemente do parecer do Conselho, a decisão final caberá ao plenário da Alerj. A Casa já cassou os mandatos dos ex-deputados Álvaro Lins (2008) e Renata do Posto (2008).
Em dezembro, Lucinha foi alvo da operação Batismo, realizada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público do Rio (MPRJ), que investiga seu suposto envolvimento e articulação política em benefício da milícia liderada por Luis Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho. Segundo as investigações, Lucinha seria o braço político da organização, recebendo o apelido de “madrinha”.
Ao retornar à Alerj no final de fevereiro, Lucinha negou qualquer envolvimento com o crime organizado.
Com informações de O Globo
Fonte: https://agendadopoder.com.br/conselho-de-etica-da-alerj-volta-a-analisar-nessa-segunda-feira-29-caso-lucinha/