
A Polícia Federal (PF) investiga um esquema de corrupção liderado pelos empresários Marcos Moura e Alex Parente, que envolve fraudes em contratos com a Prefeitura de Salvador. A apuração aponta indícios de influência de Moura junto ao ex-prefeito ACM Neto para liberação de pagamentos ao grupo empresarial. As informações são do portal UOL.
Os contratos firmados entre a Larclean e a Prefeitura estão sob análise por suspeitas de fraude em licitação e superfaturamento. A investigação faz parte da Operação Overclean, que apura irregularidades no Dnocs (Departamento Nacional de Obras contra a Seca) e em outras prefeituras da Bahia. Segundo a PF, a organização criminosa recebeu R$ 67,1 milhões da Prefeitura de Salvador, por meio da empresa.
“Em decorrências dos contratos firmados pela empresa Larclean com o município, segundo o portal da transparência, a ORCRIM (organização criminosa) recebeu R$ 67.121.847,99 da Prefeitura de Salvador/BA, por meio da empresa Larclean. Conforme registrado na IPJ 3517658/2024, a licitação foi sistematicamente fraudada e os pagamentos superfaturados”, declarou a Polícia Federal no pedido de prisão dos empresários.
Relação entre Marcos Moura e ACM Neto
Marcos Moura, conhecido como o “rei do lixo”, é empresário do setor de limpeza urbana e possui contratos com várias prefeituras baianas. Entre eles, está o contrato de R$ 427 milhões firmado em 2018 entre o consórcio Ecosal (do qual Moura faz parte) e a Prefeitura de Salvador, para a administração da limpeza urbana.
A investigação, no entanto, foca nos contratos da Larclean com a Secretaria de Educação de Salvador. Embora Moura não seja sócio da empresa, ele trabalha em conjunto com Alex Parente, apontado como líder da organização.
Interceptações telefônicas obtidas pela PF mostram diálogos em que Parente cita ACM Neto como o “zero um antigo”. De acordo com as conversas, Marcos Moura teria usado sua influência para resolver pendências de pagamentos, inclusive contatando diretamente o secretário de Educação, Thiago Dantas.
ACM Neto nega envolvimento
A assessoria de ACM Neto negou qualquer envolvimento e classificou as citações ao ex-prefeito como “inferências”. “Os autos, tornados públicos pela Polícia Federal, evidenciam que não há registro de qualquer diálogo de ACM Neto no âmbito das investigações, nem mesmo citação direta ao seu nome. Existem apenas inferências, que, ainda assim, não estão relacionadas a qualquer ato ilícito”, afirmou a assessoria.
O atual prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), afilhado político de ACM Neto, determinou a abertura de uma sindicância administrativa para apurar os fatos: “Pela ausência de qualquer sinal de envolvimento nos fatos apurados, o titular da Smed (Dantas) não foi alvo de nenhum dos mandados judiciais, cumpridos na última semana”.
Além disso, no mesmo dia da operação, a Prefeitura exonerou Flávio Pimenta, servidor da Secretaria de Educação.
Com informações do portal Diário do Centro do Mundo
Fonte: https://agendadopoder.com.br/empresario-teria-acionado-acm-neto-para-liberar-pagamentos-a-grupo-empresarial-sob-investigacao-diz-pf/