O delegado de polícia Fábio Baena foi preso em uma operação contra policiais suspeitos de atuar para o PCC, na manhã desta terça-feira (17).
Baena foi citado pelo empresário Vinícius Gritzbach em delação premiada ao Ministério Público. Gritzbach foi assassinado no Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos, no último dia 8 de novembro.
A Corregedoria da Polícia Civil já havia afastado o delegado das atividades operacionais da corporação, após ter sido mencionado na delação.
Baena era responsável por investigar crimes e suspeitos ligados ao Primeiro Comando da Capital. Ele ganha um salário mensal bruto de mais de R$ 27 mil, segundo o Portal da Transparência do Governo de São Paulo.
Na época da repercussão pública do depoimento de Gritzbach, a defesa do policial afirmou, em nota, que “as mentiras propagadas por criminoso delator já foram objeto de ampla investigação conduzida pela Corregedoria da Polícia Civil e, arquivada, a pedido do próprio Ministério Público, o que veio a ser ratificado e confirmado em recurso apreciado pela Procuradoria Geral de Justiça”.
Com a delação, a polícia intensificou a investigação contra eles depois da morte do empresário do PCC e conseguiu reunir indícios apontando que eles haviam cometidos crimes. Ainda não há comprovação da ligação dos policiais com a execução de Vinicius, mas há uma suspeita sendo investigada.
Sobre a prisão nesta terça, a defesa de Fabio Baena informou à CNN que enviará um posicionamento ainda hoje.
Entenda a operação
A Operação Tacitus desta terça é realizada pela Polícia Federal e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público, com apoio da Corregedoria da Polícia Civil de SP.
A ação partiu do cruzamento de diversas investigações sobre o PCC, inclusive o assassinato do empresário Vinícius Gritzbach, executado no Aeroporto de Guarulhos no último dia 8 de novembro.
Além do delegado Fábio Baena, três policiais civis já foram presos na ação de hoje. Um quarto agente ainda é procurado.
A investigação iniciou a partir de análise de provas obtidas em diversas investigações policiais que envolveram movimentações financeiras, colaboração premiada e depoimentos.
A apuração revelou o modo complexo que os investigados se estruturaram para exigir propina e lavar dinheiro para suprir os interesses da organização criminosa.
Nesta terça, 130 policiais federais e agentes da Corregedoria cumprem oito mandados de prisão e 13 de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Bragança, Igaratá e Ubatuba.
Os suspeitos podem responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva e ocultação de capitais. As penas somadas podem chegar a 30 anos de prisão.
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/sudeste/sp/saiba-quem-e-fabio-baena-delegado-preso-em-operacao-da-pf-contra-o-pcc/