10 de fevereiro de 2025
Dinair
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Foto: Reprodução

A prefeita de Timon-MA, Dinair Veloso, que encerra seu mandato no próximo dia 31, encaminhou um projeto de lei à Câmara Municipal transferindo ao seu sucessor, o deputado Rafael, prefeito eleito que assumirá a gestão municipal em 1º de janeiro de 2025, a responsabilidade pelo maior déficit financeiro da história do município.

O projeto propõe o parcelamento de uma dívida de R$ 33 milhões no IPMT (Instituto de Previdência do Município de Timon) em centenas de prestações no valor de R$ 200 mil descontadas diretamente no FPM (Fundo de Participação dos Municípios).

O projeto está sendo analisado pela Câmara Municipal em duas sessões. Na primeira, realizada na última segunda-feira (16), foi aprovado por maioria, com apenas um voto contrário, o do vereador Ulisses Waquim. Segundo ele, poderá comprometer significativamente a capacidade de gestão do próximo prefeito, inviabilizando algumas de suas principais ações. A segunda votação está agendada para esta quarta-feira (18).

Especialistas apontam que o rombo no IPMT pode ultrapassar R$ 800 milhões, segundo algumas análises, o que agrava ainda mais a situação. A dívida acumulada afeta diretamente as aposentadorias e outros benefícios dos servidores municipais, que já enfrentam descontos abusivos de 14% em seus vencimentos para a previdência.

Os servidores mais prejudicados são os das áreas de saúde e educação. O Sinterpum (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Timon-MA) está organizando uma grande manifestação. A entidade pretende acionar a Polícia Federal, CGU (Controladoria Geral da União), TCE-MA e o INSS, alegando que a situação representa um verdadeiro ataque aos direitos da classe trabalhadora.

Após a derrota nas urnas e o fracasso em garantir sua reeleição, a prefeita Dinair Veloso deixa o mandato sob um clima de insatisfação e revolta entre os servidores públicos municipais. O processo de transição, que deveria ser conduzido de forma responsável e transparente, tornou-se um pesadelo. Muitos servidores estão com salários atrasados e enfrentam a possibilidade de não receber o 13º salário.

Além disso, a administração municipal enfrenta uma crise de desorganização e abandono. Servidores relatam a falta de respostas concretas e de previsão para o pagamento de seus vencimentos, gerando um ambiente de incerteza e angústia no encerramento da atual gestão.