José Luís de Oliveira Lima, o novo advogado do general Walter Braga Netto, afirmou ao blog que não há “nenhuma possibilidade” de o ex-ministro da Defesa firmar um acordo de colaboração premiada. Braga Netto foi preso no último sábado (14) por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sob a acusação de ter agido de maneira “dolosa” para obstruir as investigações sobre a tentativa golpista de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
O advogado explicou, segundo informações da coluna de Malu Gaspar, no Globo, que, apesar de respeitar o Judiciário e o Supremo, a defesa tomará as medidas necessárias para contestar a prisão. “Vamos apresentar uma petição pedindo para que o general seja ouvido imediatamente e, em seguida, solicitaremos a revogação da sua prisão, pois acreditamos que não há justificativa para que ele permaneça privado de sua liberdade”, afirmou Lima. Ele também reafirmou que não há qualquer possibilidade de um acordo de colaboração premiada. “Não existe a menor possibilidade de fazer delação. Não tem o que delatar”.
Braga Netto mudou de advogado apenas quatro dias após ter sido preso e levado para a Vila Militar, no Rio de Janeiro. A família do general destituiu o advogado Luis Prata e contratou José Luís de Oliveira Lima, conhecido como Juca.
Juca tem bom trânsito no Supremo Tribunal Federal (STF) e em tribunais superiores e já advogou para o ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães.
Conforme informou o blog, a prisão preventiva de Braga Netto obrigou o comando do Exército a realizar um malabarismo para acomodar o ex-candidato a vice de Jair Bolsonaro nas instalações da instituição. Por lei, militares da reserva e da ativa têm direito a cumprir pena em dependências das Forças Armadas, mas um general de quatro estrelas como Braga Netto nunca havia sido preso em um período democrático.
Em novos depoimentos à PF, o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que Braga Netto entregou dinheiro vivo a militares das Forças Especiais, os chamados “kids pretos”, em embalagens de vinho.
A verba serviria, segundo o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, para financiar os supostos planos de golpe de Estado após a derrota do ex-presidente para Luiz Inácio Lula da Silva.
Também pesa contra Braga Netto a realização de uma reunião, em 12 de novembro de 2022, em sua casa, para discutir um atentado contra Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e Moraes, segundo a Polícia Federal. A reunião ocorreu apenas a 350 metros de onde vivia o ministro do Supremo, em Brasília.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/novo-advogado-contratado-pelo-general-braga-netto-garante-que-nao-qualquer-possibilidade-de-delacao-premiada/