Os tubarões pertencem à classe Chondrichthyes, que inclui animais com esqueletos cartilaginosos, em vez de ósseos. Essa classe de divide em duas subclasses: Elasmobranchii que engloba os tubarões e as raias, e Holocephali, que inclui as quimeras.
Esses animais possuem uma série de características únicas: as Ampolas de Lorenzini no “focinho”, eletrorreceptores capazes de receber sinais elétricos de suas presas, e suas incríveis mandíbulas projetáveis, características que os tornam predadores incrivelmente eficientes.
A diversidade dos tubarões é fascinante, e muitos possuem características adaptadas de forma notável aos seus ambientes. Desde tubarões com aparência pré-histórica até os com comportamentos incomuns, esses animais são exemplos perfeitos da incrível adaptação evolutiva dentro do reino animal.
Tubarão-serra
Conhecido popularmente como tubarão-serra, da ordem Pristiophoriformes, apresenta um focinho alongado e cheio de dentes afiados, sendo similar a uma serra de cortar madeira, daí seu nome. Este apêndice, chamado de “rostro”, é usado para auxiliar sua caça, atordoando as presas durante o ataque ou revirando o fundo arenoso do mar para a captura de invertebrados marinhos. Esse animal é constantemente confundido com o peixe-serra, da ordem Pristidae.
Por mais que a primeira vista não pareça, esse animais apresentam características bem distintas. Ambos pertencem a mesma classe (Chondrichtyes), no entanto, o tubarão-serra faz parte da infraclasse Squalomorphi, enquanto o peixe-serra faz parte da infraclasse Batoidea, que são popularmente conhecidas como as raias!
O tubarão-serra atinge cerca de 1,5 metros de comprimento, possui suas aberturas branquiais em posição lateral, apresenta dentes mais afiados ao longo do rostro pontiagudo e há a presença dos barbilhões, uma estrutura sensorial pareada que parece um “bigode”.
Apesar de sua aparência assustadora, não é perigoso para os seres humanos e ocorrem desde as águas da região oeste do Oceano Índico até as águas tropicais do Pacífico e Atlântico.
Por outro lado, por serem mais aparentados com as raias, os peixes-serra possuem suas aberturas branquiais localizadas ventralmente, ou seja, na parte “de baixo” do corpo. Ademais, os dentes que constituem a “serra” estão presentes em menor número e são menos afiados, além de atingirem tamanhos maiores, podendo chegar a 7 metros de comprimento.
Tubarão-raposa
Pertencente ao gênero Alopias, com 3 espécies descritas, os tubarões-raposa apresentam uma cauda incrivelmente longa que pode medir o mesmo comprimento de seu corpo, de até 6 metros de comprimento, variando conforme a espécie.
Essa espécie é mestre na arte da caça, já que sua cauda não é apenas decorativa; ela funciona como uma arma poderosa para capturar presas, usada como um chicote para atordoar cardumes antes de se alimentar, gerando um alto número de “vítimas” de uma vez para sua alimentação!
O tubarão-raposa pertence à Ordem Lamniformes e é encontrado a 650 metros de profundidade em águas tropicais e temperadas, sendo a espécie Alopias superciliosus (tubarão-raposa-de-olhos-grandes) encontrada na costa sul brasileira.
Tubarão-charuto
Se você acha que tamanho importa, o tubarão-charuto (“cookiecutter shark”) prova que mesmo pequenos tubarões podem ser aterrorizantes. Essa espécie, também conhecida como Isistius brasiliensis, mede apenas cerca de 50 centímetros, mas possui mandíbulas poderosas e dentes incrivelmente afiados.
O nome “charuto” vem de seu corpo cilíndrico, que lembra o formato desse objeto. O tubarão-charuto é um ectoparasita que se alimenta mordendo pedaços circulares da pele de animais maiores, como baleias, golfinhos e até tubarões maiores, podendo atraí-los através da sua bioluminescência. Essas mordidas deixam marcas distintas e, apesar de não matar suas vítimas, causam ferimentos consideráveis.
Essa espécie é encontrada em águas profundas, em até aproximadamente 4000 metros de profundidade, longe da costa, o que contribui para o mistério que a cerca.
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Tubarão-cobra
Com um corpo longo e serpentino de até 2 metros de comprimento, o tubarão-cobra ou tubarão-enguia (Chlamydoselachus anguineus) é uma das espécies mais antigas de tubarões ainda vivas, com fósseis que remontam a mais de 80 milhões de anos. Apresentam fileiras de dentes bem características do grupo, sendo as pontas voltadas para dentro da boca.
Habitante das profundezas do oceano, ele é raramente visto pelos seres humanos. Seu comportamento e hábitos de caça são igualmente intrigantes: ele utiliza sua mandíbula altamente distensível para engolir presas inteiras, como lulas e peixes, podendo alimentar-se de animais com quase metade do seu próprio tamanho.
O tubarão-cobra vive em águas profundas, geralmente a mais de 1.000 metros de profundidade, o que o torna um dos tubarões menos estudados. Sua aparência incomum contribuíram para a sua fama de “fóssil vivo”.
Tubarão-duende
Nenhuma lista de tubarões estranhos estaria completa sem o tubarão-duende, talvez a espécie mais bizarra de todas. Com cerca de 4 metros, esse tubarão habita as profundezas do oceano e pode ser encontrado até 1.300 metros abaixo da superfície.
Sua característica mais marcante é o rostro (“focinho”) alongado e achatado. Além disso, sua mandíbula é incrivelmente móvel: ela se projeta para fora do crânio quando ele está prestes a atacar, projetando-se em direção à presa. Apesar de sua aparência assustadora, o tubarão-duende não representa perigo para os seres humanos, já que habita zonas profundas e raramente entra em contato com pessoas.
Os tubarões são muito mais do que simples predadores dos mares. Espécies como o tubarão-serra, o tubarão-raposa, o tubarão-charuto, o tubarão-cobra e o tubarão-duende mostram que a natureza é capaz de criar seres que desafiam nossa imaginação. Embora muitos desses animais sejam raros e pouco conhecidos, eles desempenham papéis vitais nos ecossistemas marinhos.
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