O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta quinta-feira (8) de uma cerimônia no Palácio do Planalto que marcou os dois anos dos ataques às sedes dos Três Poderes, ocorridos em 8 de janeiro de 2023. Durante o evento, Lula declarou: “Ainda estamos aqui, ao contrário do que planejavam os golpistas”, em referência aos atos golpistas e ao suposto plano de golpe de Estado de 2022.
Em discurso enfático, o presidente ressaltou a importância da resistência democrática. “Hoje é dia de dizer em alto e bom som: ainda estamos aqui. Estamos aqui para dizer que estamos vivos, que a democracia está viva, ao contrário do que planejaram os golpistas de 8 de janeiro de 2023. Estamos aqui, mulheres e homens de diferentes origens e crenças, unidos por uma causa em comum. Estamos aqui para dizer alto e bom som: ditadura nunca mais, democracia sempre.”
A cerimônia contou com a apresentação de peças restauradas que haviam sido depredadas durante os ataques. Entre elas, destacaram-se o relógio trazido ao Brasil por Dom João VI em 1808, restaurado na Suíça, e o quadro “As Mulatas”, de Di Cavalcanti, cujo valor é estimado em R$ 8 milhões. Ao todo, 21 obras foram recuperadas por especialistas no Palácio da Alvorada, onde foi montado um laboratório específico para os reparos.
Apesar do simbolismo da data, o evento enfrentou esvaziamento político. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não compareceu por estar em viagem previamente agendada, sendo representado pelo vice-presidente da Casa, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB). Já o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), permaneceu em Alagoas, acompanhando o pai doente.
Lula também utilizou a ocasião para reafirmar seu compromisso com a democracia em 2025. “Este será um ano dedicado à defesa da democracia”, tem declarado o presidente em reuniões internas e em conversas informais. Recentemente, ele reiterou essa mensagem em um telefonema à atriz Fernanda Torres, que venceu o Globo de Ouro pela atuação no filme “Ainda Estou Aqui”.
O Planalto vê no resgate das peças e na celebração a oportunidade de consolidar a memória dos eventos e fortalecer o compromisso democrático. Contudo, o governo enfrenta desafios, com tensões entre militares e a base governista. A cerimônia ocorre em meio a negociações para uma reforma ministerial que busca redesenhar a Esplanada e reforçar alianças.
Com informações da Folha de S.Paulo
Fonte: https://agendadopoder.com.br/ainda-estamos-aqui-ao-contrario-do-que-planejavam-os-golpistas-lula-celebra-resistencia-democratica-em-ato-que-lembra-o-8-de-janeiro/
