Câmeras de dois observatórios flagraram a passagem de um meteoro bólido que iluminou os céus na região sul do Brasil. O evento aconteceu no início da madrugada desta segunda-feira (29), mais precisamente à 0h23 (pelo horário de Brasília).
De acordo com o professor Carlos Fernando Jung, responsável pelo Observatório Heller & Jung, localizado na cidade de Taquara (RS), o meteoro foi do tipo bólido e atingiu a magnitude (brilho) de -7.9 – quanto mais negativa a taxa de magnitude, mais luminoso é o fenômeno ou corpo celeste. Para efeito de comparação, Vênus brilha a -5 e a lua cheia a -13.
O fenômeno, que ocorreu na fronteira noroeste entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, também foi registrado pelo projeto Bate-papo Astronômico no Tecnoparque de Santa Maria (RS).
“As imagens impressionam, sendo registradas inclusive pelas câmeras apontadas em direções opostas ao fenômeno”, disse o responsável pelo projeto, o astrônomo amador Fabrício Colvero. “Este tipo de fenômeno, nesta magnitude, ocorre poucas vezes por ano em uma mesma região e, em Santa Maria, é o mais brilhante registrado pelas câmeras do projeto desde 2021”.
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“Após análise, foi verificado que o meteoro não pertence a alguma chuva de meteoros ou corpo celeste conhecido”, disse Jung. “Estava muito nublado para se ter certeza sobre o objeto de origem. Por sorte, foi registrado em uma abertura na linha do horizonte”.
O que é um meteoro bólido?
Eventualmente, temos notícias sobre o surgimento de fenômenos luminosos rasgando os céus pelo mundo. Esses eventos são chamados muitas vezes de meteoros, outras vezes de asteroides ou de cometas. No entanto, esses nomes designam coisas diferentes (e você pode saber mais sobre essas diferenças aqui).
No caso dos meteoros, quando uma rocha espacial (meteoroide) atinge a atmosfera da Terra a altíssimas velocidades, mesmo fragmentos tão pequenos quanto um grão de areia são capazes de aquecer instantaneamente os gases atmosféricos, gerando um fenômeno luminoso, que é o que os astrônomos classificam como meteoro.
“Assim, os meteoros são apenas esses eventos luminosos, nada mais. Meteoro não é sólido, não é líquido nem gasoso, é apenas luz”, explica o colunista do Olhar Digital Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e coordenador regional (Nordeste) do Asteroid Day Brasil. “Popularmente, também são chamados de estrelas cadentes”.
A depender de sua intensidade e comportamento, um meteoro pode ser classificado como um fireball (bola de fogo) ou um bólido. Enquanto o primeiro, como o próprio nome indica, é uma esfera grande e brilhante; o segundo, também muito luminoso, deixa uma trilha ionizada duradoura, explodindo no final.
De qualquer forma, eles são inofensivos. Na maioria das vezes, o meteoroide é completamente vaporizado durante sua passagem pela atmosfera. Dependendo de determinadas condições, como tamanho, composição e ângulo de entrada, pequenas partes da rocha espacial podem resistir ao processo, deixando fragmentos em solo, que são chamados de meteoritos.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/04/29/ciencia-e-espaco/meteoro-ilumina-os-ceus-da-regiao-sul-veja-video/