Nesta quarta-feira, Donald Trump anunciou, às 12h01 (horário local), um acordo de cessar-fogo no Oriente Médio, que prevê a libertação de reféns. “Esse acordo épico só foi possível por conta da nossa vitória histórica em novembro”, afirmou o republicano em sua rede Truth Social. Após 466 dias de guerra entre Israel e Hamas, que resultaram em 46 mil mortes desde o massacre de 7 de outubro de 2023, as duas partes chegaram a um entendimento mediado por Catar e Egito.
O plano inicial do acordo, com duração de 42 dias, inclui a libertação de 33 israelenses sequestrados em troca de 1.110 palestinos presos em Israel. O processo prevê a retirada gradual das Forças de Defesa de Israel (IDF) da Faixa de Gaza, que será concluída após a soltura do último dos 98 reféns. As etapas seguintes serão negociadas ao longo da primeira fase, com a expectativa de que a segunda comece em fevereiro.
Reações internacionais
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em pronunciamento na Casa Branca, celebrou o cessar-fogo, destacando sua importância para um possível fim permanente do conflito. “Esta primeira fase durará seis semanas e inclui a libertação de reféns e a retirada total das forças israelenses de Gaza”, explicou Biden, a poucos dias de transferir o cargo para Trump.
Biden também rebateu perguntas sobre o mérito do acordo, enfatizando os esforços diplomáticos de seu governo ao longo dos últimos 15 meses. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, agradeceu a Biden e Trump pelos esforços, mas ainda enfrenta debates dentro de seu gabinete sobre os detalhes do pacto. O presidente israelense, Isaac Herzog, defendeu a medida como “necessária e correta”.
Hamas e a perspectiva palestina
Basem Naim, do Departamento Político do Hamas, afirmou que o acordo foi resultado de negociações intensas e criticou o governo israelense por atrasos. “Procuramos o cessar-fogo desde o início para proteger nosso povo”, declarou. Naim também ressaltou a importância de Israel cumprir os termos do acordo, destacando que a resistência palestina frustrou os objetivos militares israelenses.
Alívio e cautela em Gaza e Israel
Na Faixa de Gaza, o anúncio trouxe esperança em meio à destruição. Em cidades como Khan Yunis, moradores celebraram, embora com receios sobre a implementação do acordo. O jornalista palestino Motasem Dalloul, que perdeu familiares no conflito, afirmou que o cessar-fogo é um alívio para as contínuas perdas sofridas pela população.
No lado israelense, comunidades próximas à Faixa de Gaza aguardam ansiosamente a libertação dos reféns. Irit Lahav, porta-voz do kibbutz Nir Oz, expressou alívio, mas destacou as condições críticas enfrentadas pelos reféns em poder do Hamas.
Brasil e apoio ao acordo
O Itamaraty divulgou nota elogiando o pacto e pediu respeito aos seus termos, além de garantir ajuda humanitária a Gaza. O gesto diplomático foi acompanhado de manifestações de alívio em várias partes do mundo.
*Fonte: Correio Braziliense
Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/01/apos-466-dias-de-guerra-e-46-mil-mortos-israel-e-hamas-firmam-tregua/