Na noite desta sexta-feira (17/01), o governo e o gabinete de segurança de Israel aprovaram um acordo de cessar-fogo com Gaza, abrindo caminho para a libertação de reféns israelenses sequestrados em troca de prisioneiros palestinos detidos em Israel. A decisão, marcada por intensas negociações e resistência de ministros de direita radical no governo de Benjamin Netanyahu, representa uma tentativa de interromper o conflito e amenizar a grave crise humanitária na região.
O acordo foi mediado pelos Estados Unidos e pelo Catar e será implementado em três fases distintas. Na primeira, que começa no domingo (19/01), 33 reféns, incluindo mulheres, crianças e idosos, serão libertados. Em troca, Israel soltará prisioneiros palestinos. Paralelamente, forças israelenses recuarão para o leste, afastando-se de áreas densamente povoadas de Gaza, permitindo o retorno de famílias deslocadas às suas casas.
Além disso, a entrada diária de centenas de caminhões com ajuda humanitária será autorizada, com alimentos, medicamentos e suprimentos essenciais para aliviar o sofrimento da população local. Esse movimento visa mitigar uma crise humanitária descrita como catastrófica pela ONU, com 91% da população de Gaza enfrentando insegurança alimentar aguda.
A segunda fase do acordo será marcada por novas negociações para a libertação dos reféns restantes. Durante esse período, espera-se o recuo total das tropas israelenses de Gaza e avanços para estabelecer uma “calma sustentável” na região, criando as bases para um possível acordo de longo prazo.
Na terceira e última fase, o foco estará no retorno dos restos mortais de reféns que não sobreviveram ao cativeiro e na reconstrução de Gaza. O processo incluirá a restauração da infraestrutura destruída e a assistência às famílias afetadas pela devastação. No entanto, essa etapa pode levar anos, devido à magnitude dos danos causados pelo conflito.
Apesar da aprovação do cessar-fogo, a violência persiste. Desde o anúncio do acordo, mais de 100 palestinos foram mortos em ataques aéreos israelenses, incluindo mulheres e crianças. Bombardeios recentes atingiram casas em várias partes do território, agravando a já crítica situação humanitária.
Antes do conflito, cerca de 500 caminhões de ajuda entravam em Gaza diariamente, mas esse número caiu para apenas 37 em outubro de 2024. Com a aprovação do cessar-fogo, organizações internacionais, como a Unicef, esperam que os suprimentos retidos em países vizinhos, como a Jordânia, sejam finalmente liberados.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, apesar das pressões internas, defendeu o acordo como um passo necessário para proteger vidas israelenses e abrir espaço para negociações futuras. Contudo, membros de seu governo, como Itamar Ben Gvir e Bezalel Smotrich, criticaram a decisão, destacando as tensões políticas em torno da medida.
O cessar-fogo representa uma oportunidade de pausa na escalada do conflito, mas os desafios para implementar as fases do acordo e garantir a estabilidade na região permanecem gigantescos.
Fonte: BBC NEWS
Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/01/israel-aprova-cessar-fogo-em-gaza-com-libertacao-de-refens-e-prisioneiros-palestinos/