Há bilhões de anos, o planeta Terra passava por um período desinteressante e com poucas transformações. Os animais ainda não haviam evoluído e a maior parte da vida era microscópica, simples e viscosa.
O relevo planetário era plano, sem montanhas imponentes. Os oceanos eram pouco diversos e estavam cobertos por uma espuma com cheiro ruim. O clima e a composição química da atmosfera também não tiveram grandes mudanças
Esse momento foi um capítulo tão banal na história da Terra que os cientistas o chamaram de “o bilhão chato”. Alguns pesquisadores tentaram combater o rótulo, alegando que o período foi mais dinâmico do que se pensava. Mas, é seguro constatar que foi relativamente sem eventos em comparação com o resto do passado selvagem do planeta.
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Placas tectônicas de férias
Em 2021, uma equipe científica publicou um estudo que mostra como esse período foi também uma época de atividade tectônica insignificante. A construção de montanhas nessa era foi consideravelmente reduzida por causa disso.
As cordilheiras e formações montanhosas são feitas pela atividade das placas tectônicas. Elas colidem umas com as outras e envergam o manto da Terra no local da colisão. Foi assim que os Himalaias se formaram há cerca de 50 milhões de anos, quando a placa indiana se chocou com a eurasiática.
Os cientistas descobriram evidências de que durante o período chato, a crosta era mais fina e uniforme do que é hoje. Não existiam montanhas e o planeta era dominado por vastos oceanos e massas terrestres planas. Isso pode indicar que a atividade tectônica diminuiu significativamente ou até cessou durante milhões de anos.
Essa monotonia dos agentes tectônicos pode ter sido o fator principal para a era entediante do planeta. O deslocamento das placas ajuda a enriquecer os oceanos, ao agitar sedimentos e a crosta, libera mais nutrientes na água.
Uma abundância nutritiva cria um ambiente fértil, que incentiva a vida e a evolução de mais espécies. Sem o movimento tectônico, os oceanos ficaram menos dinâmicos, o que retardou o ritmo do desenvolvimento dos seres vivos.
Ainda não está claro como essa estagnação tectônica aconteceu, nem o que a levou de volta a atividade. No entanto, quando a crosta terrestre começou a agitar novamente, deu início a transformações intensas na atmosfera, nos oceanos e na vida.
Por mais monótono que esse bilhão de anos possa parecer, ele guarda uma boa lição. A de que os sistemas da Terra estão profundamente interligados e são inseparáveis uns dos outros.
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