A Justiça do Ceará decidiu não levar a júri popular Gilberto Aparecido dos Reis, o Fuminho, que era acusado de ser o mandante do assassinato de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e de Fabiano Alves de Souza, o Paca, então chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC).
O traficante (Fuminho) também é considerado braço direito de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo da facção criminosa.
Para o Ministério Público do Ceará (MPCE), Fuminho foi o responsável ordenar a execução de Gegê e Paca, que integravam a mais alta cúpula do PCC.
Na época, o assassinato das lideranças provocou uma crise na facção e desencadeou uma série de ataques violentos.
No ano seguinte, em 2019, por vingança, após o envolvimento na morte dos dois líderes do PCC, Wagner Ferreira da Silva, o Cabelo Duro, foi assassinado a tiros de fuzil na frente de um hotel no Jardim Anália Franco, na zona leste de São Paulo.
Em nota, o Tribunal de Justiça do Ceará informou à CNN que “de acordo com a decisão que impronunciou Gilberto, diante da prova da materialidade do crime e da ausência de indícios de autoria frente aos homicídios em referência, a denúncia deve ser rejeitada e, consequentemente, o acusado ser impronunciado”.
Quem é Fuminho?
Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, está preso desde 2020 na Penitenciária Federal de Brasília.
Ele fugiu da cadeia do Carandiru em 1999 e só foi recapturado 20 anos depois, ao ser preso pela Polícia Federal em Moçambique, no continente africano, em 2020.
Agora, em 2024, ele só não será solto, pois há outro mandado de prisão por tráfico de drogas.
Em 2022, ele foi condenado a 26 anos e 11 meses no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) por ser o responsável por um carregamento de 450 quilos de cocaína.
Além de ser braço direito de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, Fuminho, segundo investigações, recebeu R$ 200 milhões da facção para resgatar o líder máximo do PCC da Penitenciária Federal de Brasília, onde Marcola está preso desde 2019, quando fora transferido da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior paulista.
À época, o Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPSP, anunciou a descoberta de um plano para resgatar Marcola e outros 21 líderes do PCC, que estavam na P2 de Presidente Venceslau e também em Presidente Bernardes, ambas no interior paulista.
Pouco tempo depois, em março de 2019, a pedido do promotor Lincoln Gakiya, Marcola e os 21 líderes foram transferidos para presídios federais em Brasília e Porto Velho.
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/justica-inocenta-fuminho-braco-direito-de-marcola-por-mortes-de-chefes-do-pcc/