A natureza está repleta de interações surpreendentes, onde é possível que diferentes espécies se beneficiam mutuamente. Entre as relações mais intrigantes, cientistas descobriram um comportamento inusitado envolvendo aranhas e sapos.
Essa cooperação desafia a lógica, já que as aranhas poderiam facilmente predar os sapos. No entanto, estudos mostram que esses pequenos anfíbios desempenham um papel crucial na proteção dos filhotes das aranhas, resultando no processo conhecido como mutualismo.
O que é a relação de mutualismo?
Na biologia, mutualismo é um tipo de interação ecológica em que duas espécies diferentes colaboram para benefício mútuo. Esse fenômeno ocorre em diversos ecossistemas e pode ser essencial para a sobrevivência de algumas espécies.
Casos clássicos de mutualismo incluem pássaros que se alimentam de parasitas na pele de grandes mamíferos, ajudando-os a manter a saúde, ou peixes limpadores que removem resíduos da pele de outras espécies em recifes de corais, prevenindo infecções.
Entre os exemplos mais curiosos de mutualismo, porém, está a relação entre aranhas e pequenos sapos. Esses aracnídeos encontraram um aliado inesperado na proteção de seus ovos contra predadores vorazes, formando uma parceria improvável, mas extremamente eficiente.
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Sapo como pet? Comportamento de aranha chama atenção
Engana-se quem acredita que esse é um comportamento recente. Um estudo de 1936, conduzido pelo biólogo William Franklin Blair, descreveu uma relação harmoniosa entre a rã Gastrophryne olivacea e a aranha Aphonopelma hentzi, que compartilhavam tocas pacificamente. Essa descoberta abriu caminho para pesquisas posteriores sobre interações mutualísticas entre espécies tão distintas.
Mais recentemente, pesquisadores documentaram que algumas espécies de tarântulas, encontradas em regiões tropicais da América do Sul e da Ásia, permitem a presença de pequenos sapos dentro de seus ninhos. A razão para essa tolerância está no fato de que esses anfíbios se alimentam de formigas e outros insetos que poderiam devorar os ovos da aranha, garantindo uma proteção natural para a próxima geração dos aracnídeos.
O que torna essa interação ainda mais surpreendente é que, sob circunstâncias normais, uma aranha de grande porte poderia facilmente predar um pequeno anfíbio. No entanto, observações sugerem que a aranha reconhece quimicamente o sapo como aliado e não o ataca.
O mutualismo é um fenômeno que já foi registrado em diferentes espécies de aracnídeos, como, por exemplo, a tarântula Xenesthis immanis, das florestas úmidas da Colômbia e do Peru, e a aranha Poecilotheria, comum na Índia.
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