Felipe Amorim
O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias, associou os atos do 8 de janeiro às articulações envolvendo aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Lindbergh lembrou que a Polícia Federal investiga o ex-presidente e seus aliados por uma trama golpista e que Bolsonaro é alvo de um inquérito. Esta é a primeira manifestação do novo líder do PT na Câmara, diretamente voltada à oposição.
“Os atos de 8 de janeiro não foram um ato isolado. Existiam articulações de pessoas próximas de Bolsonaro, planos de assassinar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes. Aquilo era um plano. Para a história, o 8 de janeiro é parte de uma tentativa de golpe violento”, afirmou.
Bolsonaro nega participação nos atos que culminaram na tentativa de invasão aos três poderes. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado pela Polícia Federal (PF) no inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado no país. Há os depoimentos e a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que esteve envolvido nos casos e fez revelações para as autoridades.
Após os ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília, Bolsonaro foi às redes sociais e afirmou que manifestações pacíficas fazem parte da democracia. Mas que depredações e invasões de prédios públicos, “assim como os praticados pela esquerda em 2013 e 2017, fogem à regra”.
“Ao longo do meu mandato, sempre estive dentro das quatro linhas da Constiuição, respeitando e defendendo as leis, a democracia e a transparência e a nossa sagrada liberdade”, disse.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, homologou, em 9 de setembro de 2023, a delação premiada de Cid e autorizou sua liberdade provisória. Entretanto, Cid deveria cumprir algumas medidas cautelares: uso de tornozeleira eletrônica, limitação de sair de casa aos fins de semana e também à noite, afastamento das funções no Exército e proibição de contato com outros investigados.
Em sua delação à PF, Cid disse que Bolsonaro se reuniu com a cúpula do Exército, da Marinha e da Aeronáutica para discutir detalhes de um plano de golpe para não deixar o poder. O encontro teria ocorrido quando o ex-presidente ainda estava no comando do país, após as eleições de 2022.
Segundo fontes com acesso à investigação, Cid detalhou duas situações. Em uma delas, cita que Bolsonaro recebeu em mãos uma minuta golpista. Em outro momento, o ex-ajudante de ordens detalha a reunião com a cúpula militar.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/lider-do-pt-na-camara-lindbergh-associa-bolsonaro-aos-atos-de-8-de-janeiro-veja-video/
